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A indústria brasileira em maio foi “salva” de um resultado bem pior pela indústria de São Paulo. O aumento de 1% na produção paulista em relação a abril ajudou a diminuir a intensidade do recuo de 0,6% do setor no país, na mesma comparação. Esta foi a maior queda da indústria nacional no ano. “Poderia ter sido muito pior [sem a alta em São Paulo]”, avaliou o economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Rodrigo Lobo, ao comentar os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional (PIM-PF Regional).
O especialista descartou, contudo, que o saldo positivo de São Paulo, maior parque industrial do país, seja um sinal de retomada na indústria brasileira nos próximos meses, porque o quadro regional mostra outros sinais preocupantes. “No cenário regional, sete dos 14 locais mostraram queda na atividade e sete mostraram aumento”, disse. “Pode parecer um cenário equilibrado, mas é possível perceber que a magnitude das quedas foi muito mais intensa do que a das elevações”, disse. “Somente quando houver aumentos mais disseminados entre as regiões pode haver um sinal de recuperação mais consistente na indústria brasileira”, avaliou.
No caso específico de São Paulo, a taxa positiva em maio também não indica retomada sustentável no parque paulista, que representa 33% da atividade industrial brasileira, na avaliação do especialista. O Estado continua a mostrar taxas negativas em outras comparações. “No acumulado do ano até maio, a indústria local acumula queda de 4,7%, a mais intensa entre as regiões, nessa comparação”, observou ele. O técnico lembrou que a localidade continua a sofrer o impacto do mau momento da indústria automotiva, cuja atividade representa 16,5% do total da produção industrial paulista, e tem sofrido sucessivas quedas na fabricação e nas vendas nos últimos meses.
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Boas performances em três segmentos aliviaram o impacto negativo da indústria automotiva em maio em relação a abril. Sem mencionar variações, Lobo informou que houve aumentos na produção, em São Paulo, de produtos alimentares; coque, derivados de petróleo e biocombustíveis; e equipamentos de informática, produtos eletroeletrônicos e óptica – principalmente tablets, no caso desse último. O técnico explicou que esses segmentos representam, respectivamente, 12%; 11,9%: e 3,2% do total da indústria paulista – ou seja, unidos, têm mais peso do que a indústria automotiva como um todo no Estado.
A boa performance nessas atividades também contribuiu para que a indústria paulista subisse 9,9% em maio na comparação com dezembro do ano passado – quando a atividade industrial paulista caiu 11,5% em relação a mês imediatamente anterior.
Porém, Lobo acrescentou que esse comportamento também não é sinal de retomada. Segundo ele, o parque industrial paulista ainda é a influência mais expressiva no acumulado do ano da produção industrial do país - que mostra queda de 1,6% até maio.
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