"BNDES é saudável", diz Coutinho

“A exposição do banco está dentro dos limites. A instituição está saudável e habilitada para fazer seu papel de banco de desenvolvimento no país”, afirmou.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta quarta-feira (26) que a participação da carteira de crédito do banco no Produto Interno Bruto (PIB) é condizente com a de outros países como Coreia do Sul, China e Alemanha.

Por outro lado, a participação no estoque de crédito é superior ao apurado nessas economias. 

As declarações, que procuram rebater críticas sobre o peso do BNDES na economia brasileira, foram feitas durante audiência pública realizada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. 

Coutinho procurou demonstrar a importância do banco de fomento para a aceleração dos investimentos, fundamental para sustentar o crescimento econômico de longo prazo, indicando, ainda que indiretamente, a necessidade de novas capitalizações do Tesouro Nacional no BNDES.

Até o momento, o valor do aporte deste ano não definido. “A exposição do banco está dentro dos limites. A instituição está saudável e habilitada para fazer seu papel de banco de desenvolvimento no país”, afirmou.

Segundo dados apresentados por Coutinho na CAE, a participação do BNDES no PIB é de 11,3% e esse valor sobe para 21% quando se leva em conta apenas a representatividade no estoque de crédito. No KBM, banco de fomento da Coreia, a participação é de 7,4% no PIB e de 4,6% no estoque de crédito. 

Coutinho também mencionou dados do banco de fomento da China (CDB) e da Alemanha (KfW). No caso da China, a participação do banco de fomento no PIB é de 12,4% e, no estoque de crédito, de 8%. Já na Alemanha, esses valores sobem para 15,5% e 12,7%, respectivamente.

“O BNDES tem participação no PIB condizente quando comparado a outros países”, afirmou. No entanto, em relação ao crédito, Coutinho explicou que o percentual do BNDES é maior porque as operações no país são concentradas no curto prazo.


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Segundo Coutinho, a participação do banco no mercado é “expressiva, mas vai se tornar menor à medida que o crédito privado venha a se desenvolver”.

O tema da audiência são os financiamentos do BNDES em projetos de infraestrutura no exterior, nos setores rodoviário, aeroportuário, hidroviário e de logística.

A audiência pública interativa será realizada em conjunto pela CAE e pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). O debate foi requerido pelo senador José Pimentel (PT-CE) e pela senadora Ana Amélia (PP-RS).

Por Edna Simão e Daniel Rittner/ Valor Econômico


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