O número de empregados na indústria nacional diminuiu 0,4% em setembro em relação a agosto, na série com ajustes sazonais, apontou a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o quinto mês consecutivo de retração no emprego industrial, de acordo com o instituto. Ante setembro de 2012, o emprego na indústria recuou 1,4%, 24º resultado negativo consecutivo nessa base de comparação e o mais intenso desde setembro do ano passado (1,9%). No acumulado do ano, o indicador recuou 0,9% e, em 12 meses, cedeu 1%.
A queda no número de pessoas empregadas foi generalizada entre as regiões e também os setores pesquisados na Pimes. Em setembro, em 12 das 14 regiões houve queda no emprego industrial, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Na análise por setores, o IBGE apurou recuo no número de trabalhadores em 14 dos 18 ramos pesquisados, na mesma comparação.
Entre os locais pesquisados pelo instituto, a queda de emprego industrial mais expressiva foi observada na indústria da Região Nordeste (-6,3%). Também houve queda no pessoal ocupado das indústrias de São Paulo (0,8%), Bahia (6,4%), Pernambuco (6,5%), Rio Grande do Sul (1,4%) e Minas Gerais (1,2%), ante setembro do ano passado.
Entre os setores, as principais retrações no número de trabalhadores foram apuradas nas indústrias de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,7%), produtos de metal (4,3%), calçados e couro (4,7%), produtos têxteis (4,2%), máquinas e equipamentos (2,2%), outros produtos da indústria de transformação (3,1%), refino de petróleo e produção de álcool (6,2%), madeira (5,7%) e minerais não-metálicos (1,9%).
O IBGE observou ainda que a folha de pagamento real teve alta de 1,6% na passagem de agosto para setembro, já descontando os efeitos sazonais. Em relação a setembro de 2012, a folha de pagamento real subiu 2,5% enquanto no acumulado do ano o indicador avançou também 2,5%. No acumulado em 12 meses, o índice subiu 3,8%.
O valor da folha de pagamento real na indústria em setembro subiu em 11 de 14 locais investigados, na comparação com igual mês do ano passado. Ainda segundo o instituto, o valor da folha de pagamento industrial cresceu em 13 de 18 ramos pesquisados, na mesma comparação.
Por regiões, foram registradas altas no valor da folha nas indústrias em setembro ante mesmo mês do ano passado, em São Paulo (2%), Rio Grande do Sul (5,9%), Santa Catarina (5,8%), Rio de Janeiro (4,6%), Região Norte e Centro-Oeste (3,7%), Minas Gerais (2,3%) e Paraná (1,9%).
Em sua análise por setores, o IBGE apurou que ocorreu aumentos de impacto no valor da folha, em setembro comparado a igual período do ano passado, nas indústrias de alimentos e bebidas (4,0%), borracha e plástico (9,1%), máquinas e equipamentos (3,9%), produtos químicos (5,4%), metalurgia básica (5,8%), indústrias extrativas (3,3%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (2,8%), minerais não-metálicos (3,7%) e produtos de metal (2,8%).
A Pimes mostrou que o número de horas pagas na indústria caiu 0,6% em setembro na comparação com agosto, descontando-se os efeitos sazonais. Na comparação com igual mês de 2012, as horas pagas recuaram 1,5%, enquanto o acumulado do ano teve baixa de 1%. No acumulado em 12 meses, o número de horas pagas caiu 1%.
O número de horas pagas na indústria caiu em dez de 14 locais pesquisados em setembro, na comparação com setembro do ano passado. Segundo o instituto, as horas pagas industriais caíram em 14 dos 18 setores pesquisados pelo instituto na apuração da Pimes.
Entre as localidades pesquisadas pelo instituto, a queda mais expressiva no número de horas pagas partiu da indústria da Região Nordeste (7,3%) em setembro ante mesmo mês do ano passado. Na mesma comparação, foram observados recuos no número de horas pagas industriais em São Paulo (1%); Minas Gerais (2,4%); Pernambuco (9,5%); e na Bahia (6,8%).
Na análise por setores, o IBGE apurou as mais expressivas quedas no número de horas pagas, na mesma comparação, nas indústrias de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,5%), produtos têxteis (6,2%), calçados e couro (5,6%), produtos de metal (3,5%), alimentos e bebidas (0,9%), máquinas e equipamentos (2,0%) e outros produtos da indústria de transformação (2,6%).
Por Alessandra Saraiva/ Valor Econômico