A sul-coreana Hyundai Motor pretende vender mais veículos “premium”, ou seja, com maior valor agregado, em mercados fora de seu país de origem, como China e Estados Unidos. A montadora tenta, com isso, minimizar os efeitos de uma menor demanda doméstica e da valorização do won, a moeda local.
O grupo tem se saído bem ultimamente com boas vendas de sedãs como Sonata e Elantra. Mas a concorrência internacional passou a se fortalecer na Coreia do Sul e o câmbio começa a ameaçar a lucratividade da empresa, o que a levou a tentar mudar de foco para o segmento de alto valor.
“Estamos vendendo mais utilitários esporte e sedãs médios e grandes para impulsionar nosso resultado”, confirmou Im Tak-Uk, diretor operacional da companhia, em entrevista ao americano “The Wall Street Journal”.
Para garantir os lucros, não é descartado também um reajuste dos preços para cima, segundo o diretor. A China pode ajudar nessa estratégia, já que o país continua a crescer dentro do balanço da Hyundai. Neste ano, a previsão é uma alta em 13% no faturamento no país, por exemplo.
Nos EUA, por outro lado, a situação começa a se complicar. “Se montadoras japonesas ficarem mais agressivas em termos de incentivos para os carros, será sinal vermelho para nossa meta de vendas americanas”, disse Tak-Uk, que comanda as operações internacionais da sul-coreana.
Em janeiro, a automotora vendeu 2,4% a mais em território americano, ficando abaixo da média do setor, que cresceu 14% em 12 meses. Em 2013 como um todo, ela pretende comercializar 734 mil veículos nos EUA, o que representaria uma alta de 4,4%.
“Se a Hyundai for bem com utilitários esporte, pode se proteger do possível impacto cambial e da falta de novos carros”, comentou Suh Sung-moon, analista da Kora Investment & Securities.