As vendas de máquinas agrícolas no atacado brasileiro por parte das empresas ligadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) bateram, no mês passado, seu recorde histórico para o mês de janeiro. Foram 5.859 unidades, com crescimentos de 32,6% sobre janeiro de 2012 e de 2,3% ante dezembro.
A comercialização no mês passado superou inclusive a registrada em janeiro de 1976 - que ainda preserva o recorde anual de vendas (80,2 mil máquinas) do segmento, de acordo com Milton Rego, vice-presidente da Anfavea.
Rego credita o resultado à boa fase vivida pelo segmento desde setembro do ano passado, quando passou a vigorar a redução da taxa de juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI, do BNDES), de 5,5% para 2,5% ao ano. Neste primeiro semestre, a taxa é de 3%. De fevereiro de 2012 a janeiro de 2013, as vendas cresceram de 7% a 8% sobre o período anterior.
Além disso, o desempenho recorde no mercado doméstico reflete o bom momento do agronegócio brasileiro, com os produtores em geral mais capitalizados e perspectiva de bons preços das commodities agrícolas, observa Rego.
Em contrapartida, as exportações do segmento registraram queda significativa em janeiro. O volume embarcado caiu 46,4% em relação ao mesmo mês de 2012, para 817 unidades. A receita totalizou US$ 200,4 milhões, recuo de 39,5% na mesma comparação.
Houve uma queda significativa das vendas externas para a Argentina no mês passado, mas que não se trata de uma tendência, de acordo com Rego. Conforme ele, não existem atualmente problemas para se obter as autorizações para exportar ao país vizinho, mas uma grande dificuldade de planejamento das companhias com relação a essas exportações. Mas a redução das vendas externas também traduz uma perda de competitividade da indústria nacional lá fora.
Por Carine Ferreira/ Valor Econômico
