Máquinas: vendas de 2012 são as melhores desde 1976

Mercado interno de equipamentos agrícolas impulsionou recorde histórico, porém exportações patinaram.

O segmento de máquinas agrícolas comemora um resultado histórico no mercado interno em 2012. Nesta segunda-feira (07), a Anfavea, associação que reúne os fabricantes de veículos, informou que foram vendidas 69,3 mil unidades delas no acumulado do ano, 6,2% a mais do que 2011. O crescimento supera a expectativa da entidade, que no início do ano esperava por estagnação desse mercado. 

Desse total, 55,8 mil foram tratores de rodas, que anotou crescimento de 6,7%; pouco mais de mil tratores de esteiras, com aumento de 3,9%; 1,3 mil cultivadores motorizados, alta de 3,1%; 6,2 mil colheitadeiras, acréscimo de 17,6%; e 4,8 mil retroescavadeiras, o único tipo de máquina a apresentar baixa, de 9,1%, na comparação com 2011, por causa da diminuição do ritmo das obras governamentais. 
 
“O volume de 2012 só não é superior ao registrado em 1976, quando o país, que passava por processo de ocupação das regiões centro-oeste e norte, fez uma grande aquisição de tratores para os agricultores desenvolverem as regiões”, explica Milton Rego, diretor da Anfavea e de relações institucionais da Case New Holland (CNH). 
 
Segundo o executivo, de janeiro a agosto de 2012, as vendas mensais de máquinas foram inferiores aos volumes registrados em 2011. Nesse período, o mercado havia crescido apenas 0,5%. Em setembro, no entanto, o segmento começou a apresentar crescimento por dois motivos: o aumento dos preços de commodities com a quebra da safra americana, e a redução do Finame para 2,5%. “Podemos comemorar um momento favorável para agricultura brasileira”, declara. 
 
Apenas em dezembro último foram vendidas 5,7 mil máquinas, 41,8% a mais do que o mesmo mês de 2011 e 2,3% a menos do que em novembro de 2012. 
 
Produção
A produção de máquinas, com o aquecimento das vendas, já apresenta indícios de retomada. De janeiro a dezembro de 2012 foram fabricados 83,6 mil unidades, alta de 2,6% sobre o mesmo período de 2011. Desse total, 5,7 mil foram fabricadas em dezembro último, 4,4% a mais do o mesmo mês de 2011. 
 
Exportações 
Apesar do bom resultado de vendas internas, as exportações de máquinas em 2012 patinaram. A queda foi de 7,8% na comparação entre os anos de 2012 e 2011, para 16,8 mil unidades. Em dezembro de 2012 foram comercializadas 1,5 mil máquinas, 15,5% a menos do que em novembro. 
 
Rego explica que a América Latina é o maior consumidor de máquinas do Brasil, em especial a Argentina, que absorve mais de dois terços do que é produzido por aqui. Com as medidas protecionistas do governo argentino em 2012, os negócios foram prejudicados. 
 
“A relação Brasil-Argentina está longe da normalidade. Eles não atendem alguns de nossos pedidos, apresentam problemas com peças de reposição. Em 2012, o nosso maior concorrente foi o próprio mercado argentino. Mas esperamos que investimentos anunciados desde 2010 no país comecem a gerar resultados positivos para o segmento. A expectativa é que as exportações sejam mantidas com uma relação mais tranquila”, afirma. 
 
Ele lembra que por causa da crise mundial as vendas para África e Estados Unidos também foram impactadas. E diz que 2013 as exportações devem continuar no mesmo patamar de 16,8 mil unidades. 
 
Projeções 2013
A Anfavea prevê que as vendas de máquinas em 2013 crescerão de 4% a 5%, para 73 mil unidades. “Isso será possível por causa da manutenção do PSI Finame, que terá taxa de 3% ao ano no primeiro semestre e de 3,5% no segundo”, declara Rego. 
 
A produção, por sua vez, deve aumentar 3,1%, das 83,6 mil unidades fabricadas em 2012 para 86,2 mil em 2013. 
 
Por Camila Franco/ Automotive Business