MAN quer crescer 9% em 2013

Com queda na produção, planos de ampliação da fábrica foram congelados

Depois de um ano difícil no Brasil em 2012, a MAN Latin America aposta no crescimento do mercado de caminhões no próximo ano. A companhia concorda com a projeção da Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, de que o mercado crescerá em torno de 7%, para cerca de 147 mil unidade. A empresa, no entanto, mantém a ambição de ampliar seus negócios em ritmo superior a este, em torno de 9%. 

Para isso, Roberto Cortes, presidente da companhia, aposta na demanda pelo extrapesado MAN TGX, o primeiro caminhão da marca a ser vendido no mercado nacional. “Outra vantagem é que temos tanto veículos com a tecnologia EGR, que dispensa o uso de Arla 32, quanto modelos com sistema de pós-tratamento SCR”, explica, referindo-se às tecnologias necessárias para que os caminhões atendam as normas de emissões do Proconve P7, ou Euro 5. As outras fabricantes optaram por oferecer apenas um dos sistemas, em geral o SCR, mais robusto. 
 
Em entrevista à Automotive Business, o executivo comemorou os juros do Finame/BNDES anunciadas para 2013. No primeiro semestre eles ficaram em 3% aa. Já na segunda metade do ano esse porcentual subirá para 4% aa. Segundo ele, a mudança foi sutil na comparação com os juros atuais. Que estão em 2,5% aa até 31 de dezembro. “É preciso lembrar que antes dos cortes feitos ao longo do ano essa taxa estava em 10% aa”, aponta. 
 
Para Cortes, há três fatores positivos que devem estimular os resultados dos próximos meses. O primeiro é a condição especial, com juros reduzidos e prazos de até 10 anos. “Muitos clientes que estavam em dúvida podem decidir pela compra”, acredita. 
 
Outro ponto favorável é que muitas compras que deveriam ter sido feitas em 2012 foram adiadas por receio da nova tecnologia dos caminhões. Cortes espera que agora, com o conhecimento sobre o Euro 5 já difundido, essa demanda se aqueça. O terceiro ponto importante ressaltado por ele é o aumento do ritmo de crescimento da economia. “Com essas condições, é impossível acreditar que não haverá melhora”, avalia. 
 
Investimentos 
Apesar das boas perspectivas, o executivo reconhece que o mercado fechará o ano com resultados negativos. Na visão de Cortes, as vendas totais de caminhões devem cair de 18% a 20% na comparação com 2011, para máximo de 140 mil unidades. A produção encerrará o ano com retração mais severa, de 38% a 40%. Diante do cenário de queda, o executivo decidiu congelar os planos de ampliação da fábrica. “Estamos confiantes na retomada do mercado e da produção. Os investimentos estão mantidos, apenas vamos avaliar o melhor momento para fazê-los” garante. 
 
Em outubro de 2011 a empresa anunciou aporte de R$ 1 bilhão no Brasil de 2012 a 2016. O montante dará conta do desenvolvimento de novos produtos e da expansão da capacidade produtiva da fábrica de Resende (RJ).
 
Por Giovanna Riato/ Automotive Business

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