A fabricante de implementos rodoviários Rodofort vai instalar uma fábrica no sul de Minas Gerais, em cidade ainda a ser definida. Serão investidos cerca de R$ 100 milhões, com início das operação previsto para o primeiro semestre de 2014. A capacidade inicial será de 1,8 mil carretas por ano e a empresa espera, com essa expansão, aumentar em R$ 144 milhões seu faturamento, que somou R$ 161 milhões no ano passado.
A ideia é concentrar na nova unidade a produção de carrocerias da linha pesada, instaladas em caminhões que transportam minério e grãos, por exemplo. As demais linhas continuarão sendo produzidas nas fábricas de Sumaré (SP), cidade-sede da empresa, e Arujá (SP), que ficará apenas com as carretas mais leves.
"Temos o objetivo de descentralizar as operações. Esse projeto também visa a dar suporte a nosso plano de expansão, o que inclui o desenvolvimento da rede de distribuição e novos produtos", afirma Fábio Rocha, gerente industrial do grupo.
Pouso Alegre, onde a direção da empresa já se reuniu com autoridades municipais para apresentar o plano, Extrema e Poços de Caldas são as cidades mais cotadas a receber o empreendimento. A Rodofort busca um terreno de 300 mil metros quadrados para erguer uma fábrica que terá 30 mil metros quadrados de área coberta. O projeto prevê a produção das linhas de reboques graneleiros, carga seca, basculantes e porta-contêiner, com a geração de 300 empregos diretos e mais 50 indiretos.
Rocha diz que a decisão pela região se deve à presença de fornecedores e potenciais clientes, além dos incentivos fiscais concedidos pelo Estado de Minas Gerais. Metade do investimento deverá ser financiada pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
Na esteira da derrocada nas vendas de caminhões, que utilizam esses equipamentos, as vendas de reboques e semirreboques no país recuam 14,2% neste ano. Mas o mercado começou a dar sinais de recuperação após as medidas do governo de estímulo ao setor de bens de capital, como a redução dos juros dos financiamentos para 2,5% ao ano.
A direção da Rodofort diz estar confiante na retomada de um ritmo de crescimento de 10% a partir do ano que vem. Com base no crescimento da economia e na demanda das obras de infraestrutura, existe a expectativa entre analistas e dirigentes da indústria de que as vendas de caminhões poderão, no ano que vem, voltar ao patamar de 2010, quando mais de 157 mil unidades foram emplacadas. Neste ano, as vendas ficarão um pouco abaixo de 140 mil caminhões, conforme projeções da Fenabrave, a entidade que abriga as concessionárias de veículos.
Com a nova fábrica, a Rodofort espera aumentar em 60% a produção, que somou quase 3 mil conjuntos de implementos rodoviários no ano passado. A fábrica também permitirá à companhia dobrar sua capacidade na linha pesada. A meta é alcançar 5,3% em participação de mercado nesse segmento. A companhia quer, com isso, ficar entre as cinco maiores empresas do setor, que tem os grupos Randon, Facchini, Guerra e Noma no pelotão de frente. Hoje, está entre os oito maiores.
Junto com a nova fábrica, a Rodofort começou a desenvolver uma rede de distribuidores autorizados, aproveitando parceiros que já tenham estrutura própria de assistência técnica, profissionais de venda e ponto comercial.
Até 2017, a empresa pretende nomear 22 pontos para vender seus produtos - inicialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além dos Estados de Bahia e Pernambuco.
Por Eduardo Laguna/ Valor Econômico