Cooperação com França pode se estender para o setor aeroespacial

Parceria pode acelerar a conclusão de etapas importantes do programa espacial brasileiro

 

A França demonstra interesse em fazer com o Brasil uma parceira também na área espacial, para possibilitar a construção de satélites e foguetes lançadores no Brasil, um mercado de bilhões de dólares e que se expande entre os países emergentes. 
 
Empresas francesas do setor, como Astrium, Thales e Safran, buscam ampliar investimentos no Brasil e promover associações com parceiros brasileiros, pavimentando o terreno para cooperação mais ampla, segundo fontes em Paris.
 
Em todo o mundo, poucos países são capazes e estão dispostos a cooperar num setor de enorme sensibilidade como o de satélites e foguetes lançadores. No caso da França, a diferença é que os franceses são proprietários de sua tecnologia e podem transferi-la para o Brasil, poupando recursos financeiros e anos de pesquisa.
 
Além disso, a França tem capacidade de resistir a pressões de terceiros paises contra transferência de tecnologia ao Brasil, como já faz no caso da construção conjunta de submarinos.
 
A oferta francesa é diferente da cooperação do Brasil com a Ucrânia e a Rússia, por exemplo. Os ucranianos não transferem tecnologia para construção do veículo lançador de satélites na base de Alcântara, no Maranhão. A Rússia, por sua vez, desempenha apenas papel de "avalista" do programa Cruzeiro do Sul, que é para desenvolvimento de lançador de satélite no Brasil.
 
A parceria espacial entre França e Brasil pode ser facilitada também pela constatação de que os dois lados podem ser complementares com suas respectivas bases na Guiana e em Alcântara.
 
A avaliação em Paris é que uma eventual parceria com os franceses, baseada no desenvolvimento conjunto de projetos, com absorção de tecnologia e criação de capacidade industrial no Brasil, pode acelerar a conclusão de etapas importantes do programa espacial brasileiro, sua evolução para novas áreas e tecnologias e consolidação de base industrial brasileira para torná-la mais competitiva externamente. O Brasil não é autônomo em todas as tecnologias necessárias ao desenvolvimento de satélites e foguetes lançadores.
 
O Brasil tem também acordo de cooperação tecnológica e científica com a China, e o governo indicou que quer ampliar a participação brasileira. O satélite CBERS-4, que tem lançamento agendado para agosto de 2014, terá 70% de participação chinesa, que também será responsável por seu lançamento.

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