Considerado exemplo mundial na reciclagem de alumínio, o Brasil busca novas fontes do material para expandir a produção.
Hoje, a maior parte do alumínio reciclado vem das latinhas de bebida (97,6% voltam à indústria), mas apenas 36% do material consumido no mercado interno é reciclado.
O setor se articula para que outros produtos, como equipamentos eletrônicos, carros e resíduos da construção civil, também entrem na cadeia de reciclagem e ajudem a aumentar a produção.
"A latinha é a vedete do setor. Mas a gente pode buscar mais fontes de suprimento", diz Carlos Roberto de Morais, coordenador da comissão de reciclagem da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).
Como exemplo, ele cita os componentes de carros -um automóvel padrão feito no Brasil só tem 45 kg de alumínio. No exterior, a quantidade é três vezes maior.
Na Europa, a reciclagem desses componentes já é feita com sucesso. Para Morais, é "questão de tempo" até que a tecnologia chegue ao país.
"Isso tende a aumentar, até pela pressão ambiental", diz. O alumínio pesa menos que o aço e contribui para economia de combustível e redução de gases poluentes.
Embalagens como tampas de iogurte e cartelas de remédios, que contêm alumínio em sua composição, também podem entrar na cadeia.
"O grande desafio é ter tecnologia para separar esses materiais", afirma John Gardner, diretor da Novelis - maior recicladora de alumínio do país e com investimentos em andamento para aumentar em 50% a produção.
A Abal trabalha também para que as embalagens que levam alumínio sejam desenhadas, logo no início da produção industrial, de forma a promover a reciclagem. "Embalagens com um único componente, por exemplo, são mais fáceis de serem recicladas", afirma Morais.
Por Estelita Hass Carazzai/ Folha de S. Paulo