Ammann planeja produzir no país ainda este ano

Produção inicial será de usinas de asfalto, o principal produto da Ammann

Dona de uma tradição de mais de 140 anos na Europa, a suíça Ammann é novata no mercado brasileiro. As vendas por aqui começaram em 2010. Hoje, trabalhando com quatro distribuidoras, a Ammann comemora ter ultrapassado a marca de 100 máquinas compactadoras vendidas no país. O resultado, ainda que modesto, é visto como uma vitória por ter sido conquistado em um ambiente bastante competitivo, disse o diretor na América Latina, Gilvan Pereira.

Até o fim do ano, a Ammann pretende abrir sua primeira linha de montagem para a região no Brasil, com um investimento estimado em € 9 milhões. Pereira e o vice-presidente mundial da companhia, Elmar Egli, admitem que o local para instalação da unidade já foi escolhido, mas preferem guardar a informação em segredo.
 
Segundo Egli, a produção inicial será de usinas de asfalto, o principal produto da Ammann. O vice-presidente explica que compactadores e pavimentadores são relativamente mais fáceis de importar, mas no caso das usinas, que são equipamentos ainda maiores, é mais difícil. "Nós temos de produzir no Brasil para sermos competitivos." Outro fator importante para conquistar espaço no mercado será trabalhar com fornecedores locais para poder usufruir da linha de crédito Finame PSI, do BNDES.
 
As usinas da Ammann começaram a ser trazidas ao Brasil nesta semana, durante a M&T Expo, feira do setor realizada em São Paulo. De acordo com Pereira, o evento foi a primeira oportunidade para a empresa realmente se apresentar ao mercado brasileiro e ao Mercosul. As expectativas, relata o vice-presidente, são boas e, em alguns anos, a empresa poderá montar no país outros produtos, como compactadores e pavimentadores. No entanto, a companhia prefere seguir um caminho pragmático, analisando cada etapa da evolução do mercado latino-americano antes de fazer novos investimentos.
 
A Ammann não divulga o faturamento no Brasil, segundo Egli uma parcela ainda pouco representativa dos € 800 milhões de receita global, mas projeta crescimento. Até 2017, o objetivo é multiplicar por dez o resultado no país e conquistar ao menos o segundo lugar em participação no mercado de usinas de asfalto.
 
O crescimento no Brasil, aliado ao avanço nos demais países emergentes, é peça fundamental do planejamento estratégico da Ammann. Hoje, as vendas nesses mercados respondem por 10% do faturamento da empresa. Em cinco anos, a expectativa é que esse número chegue a 30%. A empresa está presente na China há 10 anos e produz na Rússia desde o início dos anos 90. Os próximos investimentos devem ir para Índia e, depois, África, diz o vice-presidente.
 
Na Europa, onde a Ammann construiu sua tradição, Egli diz ver uma melhora de cenário. Para ele, o pior em termos de queda de consumo de máquinas foi visto em 2011 e a tendência é de recuperação. No ano passado, o faturamento global da companhia recuou 20% ante o faturamento de € 1 bilhão registrado em 2010.
 
A Ammann não fala em projeções do faturamento global para os próximos anos, mas, segundo Egli, a perspectiva é otimista. Em termos de história da companhia, a Ammann passa por um momento de transição. A sexta geração da família Ammann chegará à presidência do conselho de administração, provavelmente no ano que vem. Christian Schneider-Ammann vem se preparando para assumir o comando, relata Egli. Atualmente, o conselho é presidido por Ulrich Meyer, um funcionário de carreira da empresa, pois o pai de Christian, Johann Schneider-Ammann, é o atual ministro da Economia da Suíça e está afastado da administração.
 
Por Ana Fernandes/Valor Econômico
 

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