O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu hoje (25) a ampliação dos investimentos em inovação na indústria brasileira como forma de garantir competitividade no setor. Ele disse que haverá aumento dos desembolsos do BNDES e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) neste ano, com incremento de pelo menos R$ 1,5 bilhões, totalizando R$ 5 bilhões de recursos disponíveis para inovação.
Coutinho participou hoje (25) de reunião, em São Paulo, do movimento de Mobilização Empresarial pela Inovação, que é coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e conta com representações de diversas empresas do setor industrial.
“Nós temos uma perspectiva muito positiva para o avanço da inovação, apesar das dificuldades das turbulências macroeconômicas. É normal, sempre que você tem um risco de turbulência externa, puxar o freio de mão, tanto nos investimentos quanto na inovação. Mas o governo brasileiro tem amplas condições assegurar o crescimento”, avaliou Coutinho.
Ao reconhecer um crescimento abaixo do esperado no primeiro trimestre do ano, Coutinho pediu tranquilidade ao setor empresarial. “É preciso ter sangue frio, não deve se apavorar, nós vamos continuar crescendo. É importante transmitir para o setor privado a confiança de que a economia brasileira é uma economia sólida, que tem uma fronteira de oportunidade e crescimento muito atraente com retorno elevado e que nós temos todas as condições de sustentar o ciclo de crescimento da economia”.
Ele disse que outro fator que interfere na competitividade do setor são as mudanças na taxa de câmbio. “O câmbio hoje é mais condizente com a competitividade. Não quero falar de tendência do câmbio a médio e no longo prazo, mas faz parte de toda boa política de flutuação cambial evitar volatilidade excessiva”.
Para o presidente do CNI, Robson Braga, é possível investir em economia mesmo com uma conjuntura macroeconômica de crise. “Os empresários sabem que para continuar crescendo é preciso investir em inovação. Os empresários têm calma, mas querem avançar rápido, porque você estão competindo. A sobrevivência do setor também está ligado aos investimentos em inovação e em produtividade”.
O presidente da CNI pediu mais medidas do governo para impulsionar o setor, como diminuição da carga tributária, redução dos juros, equilíbriio do câmbio e investimentos em infraestrutura.
Camila Maciel/Agência Brasil