A aposta em máquinas para médias e altas produções e com maiores velocidades é um dos destaques do estande da Romi nesta feira da Mecânica. A expectativa da retomada do setor de autopeças aliado a identificação de um espaço no mercado a ser preenchido para a complementação da linha foram os motivos para os lançamentos neste segmento, de acordo com o diz o diretor da unidade de Máquinas-Ferramenta da Romi, Hermes Lago.
Entre os destaques está uma máquina de cinco eixos, parcialmente montada em Taiwan, com a compra da parte eletrônica. "Encontramos um fabricante com necessidades similares às nossas e acreditamos na qualidade do produto. Em um ano e meio a máquina deve estar totalmente nacionalizada", conta Lago.
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Um lançamento na área de máquinas pesadas também se deve ao sinal da retomada das vendas de máquinas pesadas também foi uma boa surpresa nos últimos anos, com a venda de 100 máquinas num período de 2008 até agora. A Romi possui uma taxa de renovação do portfólio de produtos de 15% ao anos e setor máquinas-ferramenta responde por 65% do faturamento da indústria.
Lago também comentou a situação econômica do país, em que a indústria ainda cresce de forma pequena e reforçou a existência do processo de desindustrialização pela qual passa o país. No entanto, ele não acredita na necessidade de barreiras para proteção dos produtos nacionais. "O consumidor tem o direito de escolher e isso contribui para a melhoria de tecnologia aqui dentro", justifica. Para o diretor da Romi, não há necessidade de barreiras de importação e sim melhorar as condições em logística, infraestrutura e câmbio como formas de redução do custo Brasil. "O câmbio é um grande problema, mesmo com o dólar atingindo R$ 2. Há oito anos atrás isso era algo bom, mas hoje com os custos muito elevados, principalmente da mão de obra, já não significa muita coisa", avalia.
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No cenário internacional, a expansão para o mercado chinês está entre os planos da empresa e fortalecida com a compra da fabricante alemã Burkhardt+Weber. A B+W possui uma boa inserção na China e a empresa será a porta de entrada para produtos de outras linhas da Romi. A compra da empresa alemã também deve motivar a criação de novas linhas em centros de usinagem horizontais, seguimento principal da B+W e no qual a Romi possui dois modelos. "Não se trata de transferência de tecnologia, porque não iremos simplesmente produzir aquilo que está sendo feito lá. Eu diria que é uma transferência de conhecimento, para que possamos aproveitar o know-how da fábrica na Alemanha para desenvolver novos produtos no Brasil para o nicho de centros de usina", explica Lago.