O grupo ArcelorMittal, do bilionário indiano Lakshmi Mittal, maior fabricante de aço do Brasil, refreou suas atividades para adaptá-las ao cenário de desaceleração da economia. Vai manter em espera, por tempo indeterminado, seus dois projetos de expansão, com duas obras avaliadas em mais de US$ 1,5 bilhão, suspensas há alguns meses.
O projeto de maior envergadura, orçado em US$ 1,2 bilhão, foi paralisado pela segunda vez e continua na geladeira. Fica em Monlevade, uma das fábricas mais antigas do grupo no país. Depois de atropelado pela crise de 2008-2009, sua montagem foi reativada em 2010 e já se encontrava com todas as obras civis prontas e os equipamentos comprados. O projeto foi desenhado para levar a usina a 2,4 milhões de toneladas por ano.
No mercado de aços planos, com os aumentos de vendas de automóveis e novos projetos de montadoras, a empresa anunciou há pouco mais de um ano nova linha de aço especial na Vega do Sul, filial de Santa Catarina. O objetivo era ofertar mais 600 mil toneladas por ano, com investimento de quase US$ 400 milhões. Por ora, não existe mais esse mercado.
Segundo Benjamin Baptista, presidente da holding ArcelorMittal Brasil, a demanda interna de aço plano fechou o primeiro trimestre com retração de 1%. Já no setor de aços longos, a situação foi um pouco melhor: alta de 4%, puxada pela construção imobiliária e por obras de infraestrutura.
Por Ivo Ribeiro / Valor Econômico