A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) assinaram um pré-acordo com a Hyundai para que a montadora sul-coreana patrocine bolsistas de graduação (tipo sanduíche) e estagiários selecionados pelo Programa Ciência sem Fronteiras (PCsF) para temporada de um ano.
Conforme o protocolo, a Hyundai terá disponível até US$ 500 mil anuais para alunos brasileiros das áreas de tecnologia que poderão estudar em cinco universidades sul-coreanas (em cursos em inglês) já conveniadas com a Capes e o CNPq e estagiar no centro de desenvolvimento e pesquisa da companhia na cidade de Namyang, próxima a Seul (capital sul-coreana), onde trabalham 8 mil engenheiros. Duzentos brasileiros se inscreveram no segundo edital do PCsF (encerrado esta semana) para estudar na Coreia do Sul.
Para o Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, “o programa tem que estimular parcerias com empresas que têm experiencia em inovação” e a “Coreia [do Sul] é um grande exemplo de como colocar o desenvolvimento no centro dos objetivos do país”.
Mesma opinião tem o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que lembra que a Coreia era mais pobre que o Brasil depois da 2ª Guerra Mundial e se tornou uma economia extremamente competitiva graças aos investimentos em educação e a inovação tecnológica resultante. “É um país que é uma referencia obrigatória para nós e deu um salto fantástico”, disse ao salientar que 82% dos coreanos tem curso superior e a elite dos formados torna-se professor.
O acordo terá validade de cinco anos. Os detalhes da cooperação serão finalizados nos próximos dias. No dia 8 de maio, em Brasília, Dilma Rousseff concederá audiência ao presidente da Hyundai Motor Brasil, Chang Kyun Han. Além do PCsF, a audiência deve tratar da instalação da primeira fábrica da companhia no Brasil (com 2 mil empregados), a ser inaugurada em novembro em Piracicaba (SP), para a produção de 150 mil carros em 12 meses.
No Brasil, a Hyundai fabricará um carro popular (o protótipo tem o nome de HB) projetado para andar no país (suspensão reforçada e motor flex). O Brasil é o quarto mercado automotivo do planeta. Atualmente a montadora ocupa 3% desse mercado com modelos importados.