Abimei e Abracex estudam ação para estimular modernização da indústria

A Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais) e a Abracex (Associação de Comércio Exterior do Brasil) estudam parceria para traçar ações conjuntas em defesa da modernização e do aumento da competitividade da indústria. A proposta foi feita pelo economista Antonio Carlos Ramalho, diretor da Abracex, durante palestra aos associados da Abimei, na Assembleia Geral da entidade, realizada em 22 de março.

Para o economista, a indústria brasileira precisa de incentivo para investir na fabricação de produtos competitivos no mercado internacional, além de reformas estruturais e medidas tributárias que reduzam o chamado Custo Brasil. “O industrial brasileiro precisa ter acesso às máquinas de alta tecnologia, para aumentar a produtividade com menor custo de produção, além de ter menos entraves e dificuldades para exportar o seu produto”, disse ele, durante a palestra “A importância das máquinas e equipamentos importados na modernização do parque industrial brasileiro”. 

Ramalho convidou a diretoria da Abimei a integrar uma ação conjunta, gerando propostas e pleitos que serão levados ao Governo Federal. “O país enfrenta um processo de desindustrialização contínuo, fechando empresas e trazendo máquinas e componentes capazes de vender em condições muito mais favoráveis, como a China. Para mudar esse quadro, é preciso rever a atual política industrial”, afirmou o diretor da Abracex.
 
Para o presidente da Abimei, Ennio Crispino, o país precisa entender o papel da máquina importada na produção industrial e na manutenção dos empregos: “A indústria nacional não tem condições de fabricar todas as máquinas que precisa para atender a necessidade de crescimento do país. Existe déficit na fabricação nacional de bens de capital. Além disto, o Brasil não tem escala para fabricar máquinas convencionais, de pouco agregado tecnológico, nem a tecnologia necessária para fabricar máquinas de alto agregado tecnológico. Ou seja, o país fabrica somente o maquinário de média tecnologia e ainda exporta parte desta produção. Sem a máquina importada, o Brasil pára”, afirma Crispino.
 
As entidades marcaram reunião para a segunda quinzena de abril, quando pretendem formalizar a parceria e traçar o plano conjunto em defesa da indústria nacional e contra a desindustrialização.


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