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A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) inaugurou no dia 8 de março, na sede da entidade, na capital paulista, o “Desempregômetro”, painel eletrônico que contabiliza, em tempo real, o número de empregos que deixam de ser gerados no Brasil em razão do crescimento do volume de importações e da queda da exportação de produtos industriais nacionais, situação que se agrava nos últimos anos, principalmente em função da excessiva valorização cambial.
Os dados mostrados no painel, divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, mostram que nos últimos seis anos, a perda anual na balança comercial de produtos industrializados acumulou, ao final do período, R$ 150 bilhões, volume que, se produzido internamente, equivaleria à criação de mais de quatro milhões de empregos na indústria de transformação.
Seguindo a lógica do “Importômetro”, painel elaborado pela ABIT, o senso de urgência é também o principal objetivo do “Desempregômetro”, que procura sensibilizar a sociedade e o governo a respeito da necessidade de medidas emergenciais para combater a importação predatória de produtos têxteis e a extinção de postos de trabalho gerados por essa prática. De acordo com os industriais de ambos os setores, o agravamento da situação relaciona-se em grande parte o elevado “Custo Brasil” e com as cargas tributárias aplicadas à produção nacional.
Entidades esperam mobilizar cerca de 100 mil
Entidades de trabalhadores e de empresários planejam reunir cerca de 100 mil pessoas em um grande ato nacional contra a desindustrialização e pelo emprego, no dia 4, no estacionamento da Assembleia Legislativa, em São Paulo.Como preparação para a data, haverá mobilizações no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina e no dia 27 será lançada a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Nacional, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ontem, houve reunião entre dirigentes de trabalhadores, como as centrais Força Sindical, CUT, UGT, CGTB e Nova Central Sindical; e do setor patronal, como Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e Abinee (Associação Brasileira da Indústria de Eletroeletrônicos), para definir detalhes da manifestação.
O presidente da CNM-CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos, da CUT), Paulo Caires, que participou da reunião, cita que a indústria brasileira vem perdendo terreno para os importados. "Em 1985, representava 27% do PIB e passou para 16% em 2011", cita.
Outra preocupação é com a perda de empregos. A Abimaq estima que, pelo aumento das importações, só neste ano, até o ontem, 130 mil postos de trabalho deixaram de ser gerados no País. Caires defende que o governo lance medidas, como incluir eletrodomésticos da linha branca de produção 100% nacional no crédito habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida.
O dirigente da CNM-CUT acrescenta que a intenção anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de desonerar a folha de pagamento das empresas é positiva, desde que privilegie as que geram mais postos de trabalho.
Por sua vez, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, avalia que há descaso do governo com o setor produtivo e enumera alguns problemas para a perda de competitividade das fabricantes: câmbio alto, preço elevado da energia elétrica e importações que concorrem com o produto nacional de forma desigual.
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