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A Boeing, em parceria com a Prefeitura de São Bernardo e o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) do município, fará a seleção de novas empresas para avaliar capacidades, tecnologias, serviços e produtos aplicáveis à indústria aeronáutica e de defesa instaladas no Grande ABC. Para isso, a segunda rodada de questionários direcionados a empresas da região será distribuída, a partir do dia 15, a cerca de 2.000 companhias.
O objetivo da Prefeitura nessa parceria é gerar postos de trabalho e incentivar o ingresso da indústria regional na cadeia de suprimentos da multinacional. A medida dá continuidade ao processo de inserção e ampliação de São Bernardo e região na indústria de aviação civil, defesa e segurança, áreas consideradas estratégicas para o governo municipal.
Exigências
Uma das exigências é a obtenção de certificados, como ISO 9001, AS 9102 e ISO 14001.A empresa também quer saber se a empresa possui experiência na área espacial e indústria de defesa. As áreas de atuação desejadas pela Boeing são elétrica, hidráulica e mecânica, aviônica, peças usinadas, não metálicas, processamento químico e tratamento térmico, chapas e dutos metálicos tubos, cabos e fabricantes de pneus, freios e para-brisas, entre outros.
Na primeira rodada desse processo, efetuada no fim ano passado, de 98 inscritas, duas foram escolhidas, a MSM Powertrain (empresa de serviços de logística, equipamento de apoio em solo e em engenharia) e a Pan Metal (faz montagem, instalação de subsistemas, peças usinadas, processamento e tratamento térmico), ambas de São Bernardo.
Após receberem os questionários, as organizações terão prazo de 30 dias para enviar as respostas à Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que coordena a ação. Quem não receber o questionário e se interessar em respondê-lo, pode enviar pedido para o e-mail: [email protected] ou telefonar para 4348-1053, falar com Eleni.
Histórico
Questionado sobre quando a presidente Dilma Rousseff deverá bater o martelo para a escolha da fabricante de aviões-caça, que renovará a frota de 36 aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira), o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, disse que a decisão deve sair até o meio do ano. "Acredito que a escolha deva ser anunciada depois da eleição presidencial na França, em maio."
Aguardar até o resultado da votação é fundamental para que o País se certifique que os acordos comerciais com os franceses, o que inclui a transferência de tecnologia da aeronave caso seja escolhida, vão se manter.
Até o fim de 2010, ainda na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era clara a preferência pelo francês Rafale FX-2, na concorrência com os suecos da Saab, o Gripen NG, e com os norte-americanos da Boeing, com o F-18 Super Hornet. Porém, após a posse de Dilma, o assunto foi adiado sem data para ser retomado.
Apesar da preferência, a Dassault conseguiu apenas no fim do ano passado sua primeira venda internacional do Rafale, para compor a frota da Índia. Se eleita no Brasil, a empresa investirá entre 4 bilhões e 6 bilhões de euros por aqui.
Concorrência
A Saab inaugurou, em maio, em São Bernardo, o Cisb (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro), em parceria com Prefeitura. Uma das propostas do centro é desenvolver pesquisa para o setor de defesa e segurança, entre outros, com a transferência de tecnologia sueca, mesmo que não seja a escolhida. Em cinco anos serão investidos US$ 50 milhões. A Boeing, assim como a Dassault, só vai transferir tecnologia se for eleita. Porém, já começa a assuntar o terreno brasileiro, especialmente no Grande ABC, onde há larga oferta de indústrias.
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