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Após um ano fraco no segmento siderúrgico, pressão elevada dos custos de matérias-primas e resultados operacionais frustrantes, a Usiminas espera que 2012 seja marcado pela recuperação dos negócios em siderurgia. Entre analistas que acompanham a indústria, contudo, a percepção é a de que o primeiro semestre ainda trará margens apertadas e preços estáveis.
No quarto trimestre, a margem operacional (medida pelo Ebitda) da Usiminas na área de siderurgia foi de apenas 3% - no ano, ficou em 4% -, uma das baixas já registradas pela indústria do aço brasileira. Por outro lado, a margem Ebitda do negócio mineração ficou em 54% no último trimestre, indicando o peso que a atividade passou a ter dentro da companhia.
"Acreditamos que a recuperação deve ser lenta e esperamos resultados ainda deprimidos no primeiro semestre", analisa em relatório o banco Barclays Capital. O período será marcado também pela estreia da nova direção da companhia, após a entrada da Techint no bloco de controle. Analistas e investidores seguem questionando a siderúrgica sobre as sinergias oriundas da operação, porém, segundo o vice-presidente de finanças e relações com investidores da Usiminas, Ronald Seckelmann, ainda é cedo para fixar números nesse caminho.
Em relatório que acompanha o balanço financeiro de 2011, a Usiminas informou que a expectativa é a de que o consumo de aços planos no Brasil alcance 13,2 milhões de toneladas, 550 mil acima do volume de 2011. Conforme a empresa, a fatia correspondente à venda das usinas locais deve crescer, enquanto "as importações poderão recuar de uma média de 158 mil toneladas mensais para 131 mil toneladas, o equivalente a 12% do consumo, frente a 15% no ano passado e 23% em 2010."
Em relação aos preços do aço, a expectativa é de que permaneçam estáveis na primeira metade de 2012, na avaliação do vice-presidente comercial da Usiminas, Sérgio Leite. Em teleconferência com analistas, o executivo disse que o cenário tem sido de alinhamento entre os preços internos e externos e os primeiros seis meses do ano devem mostrar estabilidade. "Hoje, a Usiminas está trabalhando com prêmio, em relação ao importado, que varia de 5% a 10% (do tipo laminado a quente), conforme o câmbio".
No ano passado, o desempenho operacional da siderúrgica mineira foi fortemente impactado, sobretudo no fim do exercício, pela retração nas vendas de aço e inflação de custos. De outubro a dezembro, a receita líquida recuou 8,96%, na comparação com igual período, para R$ 2,81 bilhões, diante do menor volume de vendas de laminados na siderurgia. O resultado final, por sua vez, ficou em R$ 77 milhões no trimestre, ante R$ 280 milhões um ano antes.
Esse cenário contribuiu para o recuo de 74,8% no lucro líquido consolidado anual da Usiminas, para R$ 404,1 milhões. Também pesou sobre esse resultado o reconhecimento contábil de uma "perda de R$ 124,9 milhões na alienação do investimento na Ternium, ocorrida em fevereiro de 2011".
A empresa tinha 14,2% da Ternium, participação que foi vendida por pouco mais de US$ 1bilhão. A situação se inverteu e menos de um ano depois, o grupo Techint/Ternium passou a ter o mesmo percentual de Usiminas.
A companhia encerrou 2011 com receita líquida de R$ 11,9 bilhões, montante 8% inferior ao reportado um ano antes. A produção de aço bruto recuou 8%, totalizando 6,7 milhões de toneladas, enquanto a venda físicas de aços laminados ficou 10% menor, atingindo 5,9 milhões de toneladas
A Usiminas prevê ainda que sua produção de minério de ferro neste ano se situe entre 7,5 milhões de toneladas e 8 milhões de toneladas, ante 6,3 milhões de toneladas no ano passado.
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