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O governo está em alerta contra as importações de instrumentos musicais e de "motopeças", as partes e peças para motocicletas. Empresários do formalizaram ontem ao Ministério do Desenvolvimento pedidos de licença não automática para as importações, de forma a garantir à indústria nacional igualdade de condições com os bens adquiridos do exterior. O Valor apurou que a área técnica do ministério começa a estudar, hoje, as importações nos dois segmentos, para definir se os pedidos serão acatados ou não.
Ontem, o ministro Fernando Pimentel e a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, receberam empresários dos dois setores, acompanhados do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que também é presidente da Força Sindical, e Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Pimentel solicitou à secretária que estudasse as importações dos dois setores.
Atualmente, existem no país cerca de 200 fabricantes de instrumentos musicais, segundo os empresários. A Argentina é o principal mercado consumidor da produção brasileira, mas as vendas para o país vizinho estão em queda. Na reunião com o ministro, os empresários criticaram o patamar da taxa de câmbio (que torna o importado mais barato e reduz a remuneração das exportações), mas apontaram as "importações irregulares" como o principal foco dos problemas.
Pouco mais de 18 mil trabalhadores estão empregados na produção de instrumentos musicais e outros 25 mil nas fábricas de "motopeças". Entre 2010 e 2011, os dois setores demitiram, de acordo com os sindicalistas, 9.000 trabalhadores, devido ao fechamento de fábricas que não conseguem competir com o produto importado.
Os sindicalistas cobraram a inclusão do setor de partes e peças para motocicletas nas medidas de elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos com menos de 65% de conteúdo nacional, tomada em setembro do ano passado. "As importações estão varrendo a indústria nacional e o governo está fazendo vista grossa, porque o consumo ocorre sobre os importados", disse o presidente da Força Sindical.
Para Torres, "esse consumo pode não se sustentar para sempre, uma vez que a indústria segue cortando vagas, e assim, com menos renda e mais desemprego, a demanda vai ser menor e o governo vai aprender da pior forma", afirmou.
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