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A Volvo realizou na terça-feira, 29, a cerimônia de inauguração da linha de produção do câmbio automatizado I-Shift e dos motores de 11 litros na fábrica de Curitiba (PR). A unidade recebeu aporte de R$ 25 milhões para nacionalizar os componentes. A quantia integra o investimento de US$ 250 milhões que a companhia anunciou para o Brasil de 2009 a 2011 (leia aqui).
Comercializada no País desde 2003, a caixa automatizada era importada da Suécia, única fábrica do mundo que produzia o componente até agora. “Seremos a primeira operação fora da Europa a fabricar o I-Shift. Isso destaca a importância do Brasil para a empresa no cenário mundial”, explica Nilton Roeder, diretor de powertrain da Volvo.
A linha brasileira terá capacidade produtiva para 13 mil unidades por ano em um turno de trabalho para o câmbio automatizado e para 11 mil/ano em cada turno para o motor de 11 litros. Inicialmente a empresa espera que as vendas do I-Shift superem 10 mil unidades anuais para caminhões e 500 para ônibus. Os volumes devem avançar principalmente no segmento semipesados.
A tecnologia já equipa 80% dos caminhões pesados da linha F vendidos pela montadora na região. “Em poucos anos esperamos que essa participação cresça para 95%”, almeja Bernardo Fedalto, gerente de vendas dos produtos da gama. A parcela de 5% será destinada às aplicações que exigem configuração manual.
Custos de produção
A companhia preferiu não detalhar as diferenças de competitividade entre produzir no Brasil e na Suécia mas afirmou que, com a nacionalização, conseguiu segurar o preço do I-Shift. “Estávamos importando a 2ª geração do componente. A produção local será da 3ª geração, que sofreria um aumento de preço se fosse importada”, detalha Roeder.
Inicialmente a caixa fabricada no Brasil terá cerca de 30% de conteúdo nacional, porcentual que deve avançar gradativamente. O preço, que permanecerá entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, inclui também freios ABS e, segundo a empresa, é recuperado rapidamente pelo cliente. A Volvo defende que a caixa amplia a eficiência do caminhão, com redução de 5% no consumo de combustível e aumento da vida útil de diversos componentes, como embreagem e pneus.
A montagem na Europa tinha vantagem na escala, de 120 mil caixas por ano. No entanto, a montadora destaca que a nacionalização permite mais flexibilidade e agilidade e já era necessária para acompanhar o crescimento das vendas do componente no Brasil. A produção local também vai atender as exportações de veículos completos da marca para o México.
Nacionalização do ônibus híbrido acelera
A Volvo acerta os detalhes para iniciar a produção de seu modelo de ônibus híbrido na fábrica brasileira de Curitiba (PR) em junho do próximo ano. Luis Carlos Pimenta, presidente da divisão do ônibus da companhia para a América Latina, afirma que o projeto está dentro do cronograma e que os dois primeiros protótipos do chassi já saíram das linhas de montagem.
A empresa não especificou qual será o investimento para nacionalizar o modelo, mas afirma que o maior aporte é destinado a engenharia. “Apenas 10% do total será aplicado em manufatura. O restante é destinado às horas de engenharia, com equipes do Brasil e da Suécia”, explica pimenta.
O chassi é uma resposta da Volvo às demandas e projetos para reduzir as emissões de poluentes do transporte coletivo. O modelo trabalha com dois motores em paralelo, um a diesel e outro elétrico, e promete redução de até 35% no consumo de combustível e de 80% a 90% nas emissões.
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