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O estado de Pahang, no centro da Malásia, está prestes a abrigar o maior projeto agrícola comercial do mundo, produzindo microalgas para biocombustível.
A fazenda começará a tomar forma no primeiro trimestre de 2012 em um local de 2.020 hectares perto de Rompin, na região sul de Pahang, segundo Khoo Koay Hock, presidente da Pahang Biodiesel.
Ao custo estimado de US$ 383 milhões, a Malaysian Integrated Algae Valley, como será chamada, terá uma produção em três etapas, atingindo a produção plena em um período de três anos. Centenas de tanques de água doce a céu aberto serão construídos, cobrindo uma área de 1.400 hectares, com o restante do terreno para infraestrutura.
Quando ficar pronta, a fazenda poderá produzir cerca de 500 quilotons de biomassa seca por ano, com uma produção de óleo de cerca de 30%, equivalente a 150 quilotons de biocombustível por ano, disse Syed Isa Syed Alwi, presidente da Algaetech International, que fornece a tecnologia para o projeto. "É uma quantidade pequena de biocombustível, comparada com as necessidades mundiais, mas é um início", disse Syed Alwi.
As microalgas, ou fictoplâncton, são pequenos organismos semelhantes a plantas. Eles se alimentam por absorção direta da luz do sol e do dióxido de carbono, sem raízes ou folhas. Existem centenas de milhares de espécies, de água doce e marinha, formando a base da maioria das cadeias alimentares, e muitas contêm um volume significativo de óleo de alta qualidade que pode ser transformado em biocombustível.
Subprodutos úteis incluem carotenos, antioxidantes, proteínas e amido, que podem ser usados pelas indústrias química e alimentícia como matéria-prima para produtos.
Dan Simon, presidente da Heliae, uma companhia americana de desenvolvimento de tecnologia de algas, disse que os dois desafios da indústria foram reduzir os gastos de capital e aumentar os índices de produção. "Os gastos de capital para os tanques são atraentes, mas os baixos números de crescimento e altos índices de poluição nesses simples sistemas abertos impediram que os investidores vissem valor suficiente para investir", ele disse.
A Heliae testou uma instalação de algas de baixo custo em sistema fechado no Arizona no ano passado, usando energia solar, água não potável e dióxido de carbono para produzir artigos baseados em algas que vão de combustível para jatos a ração animal. Ela assinou um memorando de entendimento com a companhia holandesa SkyNRG, criada em 2009 por investidores que incluem o grupo Air France-KLM, para promover combustíveis de aviação baseados em algas.
A Algaetech identificou várias espécies de microalgas da Malásia que podem produzir cerca de 30% de óleo, e foi encontrada uma variedade que pode produzir 60%. Khoo disse que as algas se alimentam de dióxido de carbono de instalações industriais próximas. A fazenda vai integrar em seu sistema de cultivo a água descartada, rica em efluentes orgânicos, de 11 moinhos de óleo de palma.
"Essa água é muito suja e difícil de limpar, mas para as algas é um fertilizante muito bom", disse Syed Alwi. "As algas podem ajudar a limpar as plantações de óleo de palma."
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