Indústrias avançam em todas as regiões

O balanço é altamente positivo. Entre 2007 e 2010 os investimentos em instalação de indústrias em Sergipe cresceram de forma exponencial, em especial devido aos incentivos do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), uma ferramenta do governo estadual para apoiar o crescimento da economia local.

Foram instaladas 61 empresas, totalizando investimentos de cerca de R$ 510 milhões e 6.844 novos empregos diretos. Apenas de janeiro a setembro de 2011, 14 empresas já iniciaram as atividades com investimentos de mais de R$ 40 milhões e geração de 1.322 empregos diretos.

Segundo Zeca da Silva, secretário do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Sergipe, trata-se de uma demonstração da confiança do empresariado de investir no Estado.

Em 2011 já foram analisados e aprovados 103 projetos, 28 deles localizados no Complexo Empresarial Integrado de Tobias Barreto, que será inaugurado até o final do ano. Dentre os 103 novos projetos, 54 já estão com obras iniciadas. Quando todas as novas indústrias estiverem instaladas, serão gerados cerca de cinco mil novos empregos e o Estado terá recebido quase R$ 700 milhões a mais em investimentos.

Essa atratividade não caiu do céu, indica o titular da Sedetec. "Os incentivos fiscais concedidos pelo governo estimularam muitas empresas a investir no Estado", diz, assinalando que outra característica decorrente do apoio governamental é a interiorização de investimentos, com fábricas instaladas em todas as regiões do Estado.

Na visão do secretário, Sergipe está bem posicionado geograficamente, em termos de logística de distribuição, o que facilita o acesso aos mercados consumidores. "Estamos no meio de dois grandes mercados consumidores, Pernambuco e Bahia. Isso favorece a logística de distribuição, principalmente com o barateamento dos custos de transporte. Num raio de 500 quilômetros, temos acesso a um mercado de mais de 30 milhões de pessoas", indica.

Quanto aos incentivos fiscais, embora haja ainda muita indefinição jurídica com relação à extinção dessa forma de estímulo, a desoneração do Imposto de Circulação de Mercadorias é um dos maiores trunfos do governo sergipano para atrair investimentos.

Em Sergipe, em alguns casos, os novos investidores chegam a ter até 96% de isenção do ICMS. "O subsídio varia de acordo com o tamanho do projeto, e é destinado a qualquer tipo de atividade. O projeto da Brinquedos Estrela no povoado Serra do Machado, teve 94% de isenção de ICMS", explica Zeca da Silva.

Primeiro Estado nordestino, e terceiro governo estadual a lançar uma política industrial em consonância com os planos do governo federal de alcançar "um Brasil sem miséria", segundo o secretário, o PSDI busca não só apoiar empresas que querem se instalar em Sergipe, como, mais do que tudo, colaborar com a expansão e a relocalização das indústrias no interior sergipano.

"A economia sergipana deu um salto quantitativo e qualitativo. Além do crescimento fundamentado na evolução econômica do país e do Estado, o parque industrial se renovou, ampliando o número total de empresas, bem como as áreas de atuação", afirma.

O programa de desenvolvimento industrial de Sergipe, adianta Zeca da Silva, tem ainda dois outros incentivos diretos do governo estadual: locacional, que é a cessão de áreas para implantação de empresas incentivadas, e os Arranjos Produtivos Locais (APLs), que buscam identificar, fortalecer e formar parcerias entre empresas nas regiões consideradas prioritárias.

No caso do apoio locacional, o favorecimento é total. A empresa que recebe o terreno para se instalar paga preços módicos. Já as APLs, que são uma espécie de aglomeração de empresas que querem se potencializar, o objetivo é realizar ações de apoio visando melhorar a gestão das empresas agrupadas, expandir a produção local e aumentar a competitividade.

No momento, o governo apoia diretamente oito APLs: pecuária do leite e derivados, ovinocaprinocultura, confecções e artesanato de bordado, apicultura, cerâmica vermelha, piscicultura, mandioca e Tecnologia da Informação. Quatro outros estão em formação: petróleo e gás, artesanato de cerâmica, citricultura, e madeira e móveis.

Um dos projetos mais avançados envolve empresas da APL da cerâmica vermelha (telhas e tijolos), reunidos em municípios do agreste (Itabaiana, Campo do Brito e Areia Branca), Sul (Itabaianinha, Estância, Tomar do Geru e Umbaúba) e Baixo São Francisco (Santana do São Francisco, Própria, Telha).


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