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O governo brasileiro anunciou, no começo deste ano, em função dos problemas de fornecimento de gás com a Bolívia, que ia procurar outros fornecedores do produto, entre eles os árabes Argélia e Líbia. Em função da distância entre estes países e o Brasil, porém, o GNL precisa ser transportado na forma líquida para depois ser transformado novamente em gasoso, o que é feito em terminais de regaseificação.
O país está construindo dois terminais deste tipo. O segundo será entregue no primeiro trimestre de 2009, segundo a assessoria da Petrobras, com possibilidade de antecipação para o final do ano que vem. Um deles ficará em Pecém, no Ceará, e outro na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Os dois terminais prevêem uma demanda máxima de 20 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A assinatura do Master Agreement, porém, esclarece a Petrobras, não configura uma obrigação de compra e venda entre as partes.
"Essa é a concretização de uma vontade política que já foi manifestada na visita do presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) e do ex-ministro (de Minas e Energia), Silas Rondeau, à Argélia", disse o embaixador do Brasil em Argel, Sérgio Danese, por telefone à ANBA, a respeito das conversas entre a Petrobras e a Sonatrach. Lula esteve em uma missão à Argélia em 2005, juntamente com o ex-ministro, na qual o gás natural foi um dos temas.
Além do contrato, a Petrobras e a Sonatrach também assinaram um memorando de entendimento que contempla uma série de ações para cooperação. O documento prevê, por exemplo, estudo de exploração e produção conjunta, em terra e mar, nos dois países e também em outras nações, avaliação de oportunidades na área de refino e petroquímica, e de cooperação em Recursos Humanos.
"Na Argélia existe o Instituto Argelino do Petróleo (IAP) e a Petrobras tem a Universidade Petrobras", diz o embaixador Danese, que acompanhou a assinatura do contrato e do memorando. Representantes das duas empresas ficaram de se reunir periodicamente para tratar destes assuntos, de acordo com nota divulgada pela assessoria de comunicação da Petrobras. O memorando prevê ainda, segundo Danese, estudo de cooperação na área de etanol. A Sonatrach, de acordo com o embaixador, tem interesse de substituir aditivos à gasolina, como chumbo.
A companhia argelina, segundo Danese, também tem interesse na experiência da Petrobras em prevenção da poluição marinha. "A Petrobras é a 14ª empresa de petróleo do mundo e a Sonatrach é a 12ª. São empresas fortes, as duas com presença fora dos seus países. Elas têm uma complementariedade importante", disse o embaixador à ANBA. As duas empresas já têm, segundo nota da Petrobras, um relacionamento de longo tempo. A Petrobras importa produtos como petróleo leve e naftas da Sonatrach.
O memorando de entendimentos com a Petrobras foi assinado no sábado, na Argélia, pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo e pelo presidente e diretor geral da Sonatrach, Mohamed Meziane. O master agreement foi firmado pelo diretor da área de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, e pelo vice-presidente executivo da Sonatrach, Chawki Rahal.
A Sonatrach
A Sonatrach é a maior empresa da África, segundo pesquisa sobre as 500 maiores companhias do planeta publicada na revista semanal Jeune Afrique. A Sonatrach produziu 149,5 bilhões de metros cúbicos de gás natural e 77,3 milhões de toneladas de petróleo e condensados de gás em 2006, segundo dados divulgados pelo Ministério de Minas e Energia do país.
As exportações da empresa alcançaram US$ 53,56 bilhões no ano passado e as vendas no mercado doméstico US$ 1,78 bilhões. A Sonatrach está construindo um complexo para produção de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) com investimento de US$ 1 bilhão. Ele vai ficar pronto em outubro de 2010 e estará localizado na cidade argelina de Arzew.
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