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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse ontem que o regime automotivo sofrerá alterações ainda neste ano para acomodar indústrias estrangeiras que tenham interesse real em se instalar no Brasil. Pimentel falou à Folha e ao UOL que o atual modelo "não se adapta a essas [montadoras] que querem vir [para o país]". Por essa razão, é preciso regra de "transição" que "absorva as indústrias".
A ideia é relativizar a medida adotada no final de setembro que aumentou em 30 pontos percentuais o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados de montadoras que não estejam no país fabricando veículos com um nível de nacionalização de 65%.
O governo já havia sinalizado que faria uma correção na medida. O Palácio do Planalto chegou à conclusão de que, sem uma regra de transição, dificilmente atrairá mais montadoras.
"Nós não podemos exigir que a indústria comece com 65% de conteúdo local porque esse é um índice que as próprias indústrias que já estão aqui levaram anos para obter", afirmou Pimentel.
Para o ministro, será necessário graduar. "Agora, qual a graduação, se é 20%, se é 30%... Quanto é no primeiro ano, quanto é no segundo, quanto é no terceiro... Qual o horizonte de tempo? Isso tem de ser objeto de estudo mais aprofundado, que, neste momento, ainda está sendo feito."
As declarações públicas do ministro são as que mais avançam até agora no sentido de compensar as montadoras atingidas com o alta do IPI. Segundo ele, o governo já recebeu sinais de que, além da Nissan-Renault (francesa), "as chinesas" e "uma grande empresa alemã" devem se instalar no Brasil.
Quanto tempo demorará a negociação? Pimentel disse que "até o fim do ano isso tem de estar equacionado". Mas evitou afirmar que as montadoras estrangeiras poderiam ter um alívio no aumento de 30 pontos percentuais de IPI para veículos importados.
Pimentel disse que essa alíquota maior de IPI só vale até 31 de dezembro de 2012. Ou seja, seriam apenas 15 meses de imposto mais elevado.
O ministro foi evasivo ao tratar do tema: "É possível que a gente não mude. Mas não vou dar resposta definitiva. Vamos ver as reivindicações, vamos ver o que as indústrias pedem. Se for razoável, evidentemente, o governo pode adotar".
O ministro disse acreditar que as condições macroeconômicas devem manter o dólar abaixo de R$ 2, mas mais próximo de R$ 1,80. E que o governo se esforça para criar cenário no qual o Banco Central possa continuar a reduzir os juros.
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