Levantamento mostra recorde de anúncios de investimentos em 2010

Os investimentos anunciados para o Brasil em 2010 foram os maiores já registrados pela Rede Nacional de Informações sobre o Investimento (Renai) desde que esse levantamento começou a ser feito, em 2004. Os aportes para novos empreendimentos chegaram a US$ 268,8 bilhões, tendo sido divulgados 794 anúncios de novos investimentos. Não foram consideradas fusões e aquisições.

Na comparação com 2009, houve aumento de 43,8% no número de projetos divulgados e de 18,5% no valor dos investimentos anunciados. Segundo o coordenador-geral da Renai, Eduardo Celino, esses números demonstram a confiança das empresas investidoras no ambiente econômico brasileiro, caracterizado pelo bom desempenho do mercado de consumo doméstico e pela forte demanda internacional por commodities.

Indústria
Em relação aos recursos previstos, a indústria extrativa respondeu por 42,4% do total, motivada pelos aumentos dos preços internacionais das commodities, principalmente o minério de ferro e os produtos agrícolas. Os subsetores petróleo e gás e minerais metálicos foram os mais contemplados, correspondendo a 73,1% e 24,6%, respectivamente, do valor total, apoiados em grande parte pelos planos de investimentos anunciados pela Petrobrás, pela OGX (empresa do Grupo EBX) e pela Vale.

A indústria de transformação teve 30% dos investimentos previstos, devido ao crescimento do mercado interno, tendo sido o setor que mais sentiu os efeitos da crise financeira internacional e o primeiro a suspender os investimentos anunciados. Da mesma forma, foi um dos últimos setores a anunciar novos investimentos após a retomada do crescimento econômico.

Assim, os cinco principais subsetores de destaque foram: metalurgia (25,4% do total dos recursos previstos, 21 anúncios); papel e celulose (12,0%, 21 anúncios); automotivo (10,8%, 19 anúncios); derivados de petróleo e bicombustíveis (10,7%, 22 anúncios); e equipamentos de transporte (9,2%, 42 anúncios). Esses subsetores corresponderam a quase 70% dos recursos previstos para o setor indústrias de transformação.

O setor, que ocupou a terceira posição - produção e distribuição de eletricidade, gás e água – referiu-se exclusivamente ao subsetor eletricidade e distribuição de gás. Considerando todos os setores, os principais investimentos anunciados foram da Petrobras (US$ 41,2 bilhões), OGX / EBX (US$ 30 bilhões), Vale (US$ 8,9 bilhões), Ternium (Techint) (US$ 6 bilhões) e Usiminas (US$ 5,6 bilhões).

Origem do capital
Na análise por origem do capital, verificamos que a maior parte dos recursos previstos é de empresas de capital exclusivamente nacional (65,9% do total previsto – US$ 177,0 bilhões), com 497 anúncios. As empresas de capital estrangeiro representaram 23% (US$ 62,0 bilhões), referentes a 246 anúncios.

Investidores nacionais se destacaram como a principal fonte de recursos nos investimentos previstos em 2010, representando 65,9% do total (US$ 177,1 bilhões). Além disso, o país foi também preponderante em número de anúncios (497).

Além do Brasil, outros países que apresentaram participações de uma única origem, superiores a 1%, foram: Estados Unidos (3,2%, US$ 8,5 bilhões), França (2,6%, US$ 7,0 bilhões), Itália (2,2%, US$ 5,9 bilhões), Espanha (2,15%, US$ 5,8 bilhões), África do Sul (2,1%, US$ 5,6 bilhões), Cazaquistão (1,8%, US$ 4,7 bilhões), China (1,2%, US$ 3,2 bilhões) e Canadá (1,1%, US$ 3,0 bilhões).

Estado de destino
Por unidade da federação (UF), o estado do Rio de Janeiro destaca-se como principal destino dos investimentos anunciados, em valor, representando 6,9% do total previsto (US$ 18,5 bilhões – 63 registros). Nesse estado, os principais subsetores contemplados foram: metalurgia (US$ 6,2 bilhões – 3 registros), petróleo e gás (US$ 5,2 bilhões – 3 registros) e automotivo (US$ 1,7 bilhão – 2 registros).

Minas Gerais foi o segundo principal destino de investimento, com 4% do total previsto (US$ 10,6 bilhões – 39 registros). Os principais subsetores contemplados foram: minerais metálicos (US$ 6,0 bilhões – 5 registros) e metalurgia (US$ 2,2 bilhões – 5 registros).

O Amazonas se destacou pelo número de registros de investimentos (230 - US$ 9,1 bilhões), devido à Zona Franca de Manaus. Os principais subsetores contemplados foram: eletroeletrônicos (US$ 2,9 bilhões – 87 registros), minerais não-metálicos (US$ 2,6 bilhões – 2 registros) e petróleo e gás (US$ 2,6 bilhões – 2 registros).


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