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A parcela gasta pelo Brasil com logística em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) supera a fatia destinada pelos Estados Unidos ao setor. Se em termos absolutos os americanos gastaram ano passado R$ 2,08 trilhões em logística e o Brasil "apenas" R$ 391 bilhões, o volume representou 10,6% do PIB brasileiro, enquanto nos EUA essa fatia foi de 7,7%. Os números constam de pesquisa divulgada ontem pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), que mostra ainda uma média de 8,5% da receita líquida gasta por empresa com o setor de logística no Brasil.
Para Maurício Lima, diretor de capacitação do Ilos e responsável pela pesquisa, divulgada ontem no 27º Fórum Internacional de Logística, o Brasil não investe o que deveria para diminuir os custos de logística das empresas.
"Para cada aumento de 1% do PIB, seriam necessários investimentos para garantir o aumento de 1% na capacidade de transporte", frisou Lima, acrescentando que o governo brasileiro deveria estar investindo cerca de R$ 70 bilhões, ou 2% do PIB, em logística por ano. "Hoje investimos cerca de R$ 15 bilhões na prática, mas sem qualidade", afirmou.
Lima ressaltou que "o que temos de logística retrata o Brasil da década de 1970". Durante as décadas de 1980 e 1990, o investimento público no setor somou cerca de 0,2% do PIB por ano.
O aumento médio de 4,4% do PIB nos últimos anos e o crescimento do setor de serviços permitiu redução dos custos de logística no país em relação ao PIB, o que, para o pesquisador, reflete um quadro comum. "Quando uma economia se desenvolve, o normal é o custo de logística diminuir". No entanto, para as empresas, o custo de logística em relação à receita líquida tem crescido. Em 2005, era de 7,4% em média. Hoje é de 8,5%.
A análise mostra que os gastos com transporte doméstico são os mais significativos, somando R$ 232 bilhões, o equivalente a 6,3% do PIB. Os gastos com transporte representam 54% dos custos médios das empresas com logística e 4,6% do valor de sua receita líquida. Muito atrás, os gastos com estoque e armazenagem ficam praticamente empatados, com 23% e 22% dos custos médios para as empresas, respectivamente.
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