Empresa dinamarquesa quer ser líder em eólica no Brasil

A fabricante dinamarquesa de equipamentos de geração de energia eólica Vestas tem um ambicioso plano de atingir a liderança do mercado nacional dentro de cinco anos. O apetite é justificado por um mercado que deve atingir 282 usinas em funcionamento em 2014, com previsão de 7.098 megawatts (MW) instalados.

O objetivo da Vestas é ousado. A projeção para 2013, com base nos leilões de energia realizados até o ano passado, prevê a companhia em quarto lugar no ranking dos fabricantes de equipamentos para o setor, com 14,9% do mercado e 799,6 MW instalados.

Na liderança da projeção para 2013 está a Impsa, com 18,5% do mercado; seguida pela Wobben, com 18,1%, e da GE, com 15,4%. A Suzlon aparece logo atrás da Vestas, com 13,6%. A estimativa é que em 2013 o setor de energia eólica no Brasil terá 5.350 MW em capacidade instalada.

Mas o diretor de vendas da Vestas do Brasil, Marcelo Hutschinski, se mantém confiante em alcançar a meta. "Queremos alcançar a liderança em cinco anos, ou talvez antes disso. Tudo depende do volume de megawatts que será adquirido nos próximos leilões", afirmou Hutschinski.

Para isso, a Vestas conta com uma fábrica de montagem de nacelles, a estrutura no topo da torre onde ficam as turbinas geradoras, em Fortaleza, que será inaugurada até o fim do ano e elevará a capacidade de produção da companhia no Brasil para 800 MW por ano.

Atualmente, a Vestas já tem uma parceria com o grupo espanhol Gonvarri para construir torres eólicas em Pernambuco. Hutschinski afirma que as duas unidades já garantem um índice de nacionalização da produção superior aos 60% exigidos para financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pela linha do Finame, para máquinas e equipamentos.

Por enquanto, as pás e os hubs - estruturas que unem o nacelle às pás - continuarão sendo importadas, mas o executivo, que não revela os investimentos da empresa no país, garante que há estudos para desenvolver tecnologias específicas no país para os ventos brasileiros, inclusive com a possibilidade de produzir pás e hubs no Brasil.

"A tendência é que cada fabricante desenvolva turbinas específicas para o vento brasileiro", frisa Hutschinski. "Essa possibilidade é avaliada dentro do plano de investimento", acrescentou.


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