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No segundo semestre de 2012, São Paulo vai ganhar mais uma faculdade de engenharia. Mas não será uma escola qualquer. Trata-se do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), uma escola de engenharia cujo foco será formar não apenas engenheiros, mas profissionais especializados em inovação.
O projeto terá investimento inicial de R$ 4 milhões, bancado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), e terá apenas um curso para atender um grupo restrito de 60 alunos, o de Engenharia de Inovação. Um dos motivos que levaram a federação a bancar o projeto foi a carência de engenheiros no país - estima-se que o déficit seja de aproximadamente 20 mil por ano.
"Trata-se de uma iniciativa sem fins lucrativos, o que não significa que será uma escola pública. Haverá cobrança de mensalidade", explica o presidente da FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro. O valor ainda não foi definido.
Pinheiro explica que o projeto começou a ser desenhado em 2006, com o lançamento do Cresce Brasil - programa com diretrizes para dar sustentabilidade ao crescimento da economia e à formação de mão de obra especializada, especialmente em engenharia. "O Instituto já está criado e, agora, estamos na fase final de acertar detalhes da metodologia pedagógica e de atender a todos os requisitos do Ministério da Educação (MEC) para começarmos a funcionar com tudo em dia", diz Octaviano.
"O nosso foco será a qualidade do curso. Por isso optamos por ter, inicialmente, apenas um curso e um grupo mais restrito de alunos [60]." Foi essa busca por qualidade que atrasou o início do projeto - o instituto deveria começar a funcionar em janeiro de 2012 e não em agosto.
Referência internacional
A grade curricular o Isitec será diversificada e, de certa maneira, descolada do que se pratica na maioria das escolas de engenharia do país. Nada do modelo de curso compartimentado por áreas - elétrica, mecânica, mecatrônica, química -, a ideia é que o foco seja a inovação, independentemente do segmento de trabalho.
"Não pretendemos concorrer com outras universidades nacionais, mas queremos nos transformar em referência a partir da produção de pesquisa voltada para a inovação no campo da engenharia", diz Pinheiro.
Uma das novidades será o conteúdo curricular em nuvem, que será armazenado na internet, podendo ser acessado por professores e alunos dentro e fora da escola. "Fechamos parcerias com universidades da Alemanha, China e Estados Unidos", explica Octaviano, lembrando ainda das parcerias com o setor privado brasileiro.
Logo nos primeiros semestres, os alunos começarão a desenvolver projetos de pesquisa."Queremos disseminar uma cultura que, infelizmente, ainda sofre preconceito no Brasil: produzir conteúdo intelectual, e nisso leia-se pesquisa, aplicável ao dia a dia das empresas. Vamos priorizar as parcerias com o setor produtivo para que a inovação produzida por nós gere frutos para a economia e para o país", conclui.
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