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Apesar das preocupações ambientais crescentes em todo o mundo, a sustentabilidade ainda é um “ponto cego” no planejamento de muitas empresas. Segundo levantamento da área de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da consultoria KPMG, 38% das companhias globais não adotam estratégias verdes em seus negócios.
A pesquisa “Corporate Sustainability: a progress report” - realizada com 378 executivos da alta administração de diversos setores dos EUA, Canadá, Ásia Pacífico, Europa, Oriente Médio, África e América Latina - mostrou que apenas 62% das companhias possuem alguma estratégia em funcionamento para sustentabilidade corporativa, percentual ligeiramente acima dos 50% apresentados em um estudo semelhante em 2008.
Entre as empresas que não dispõem de uma estratégia, mais de 70% esperam ter uma dentro do prazo de um a cinco anos, e 25% indicaram não ter um prazo específico para tal. A pesquisa também indica três principais motivos para o lento progresso das ações verdes dentro das companhias. Primeiro, falta um conjunto de métricas e ferramentas padrão para a mensuração e análise do impacto dos programas de sustentabilidade mundo afora.
Além disso, as empresas pesquisadas reclamam da baixa disponibilidade de financiamento para projetos na área, capazes de colocar a sustentabilidade no mesmo nível de programas operacionais que têm maior retorno sobre investimento de curto prazo. Outro empecilho para a implementação de ações verdes apontado pelo relatório é a ausência de um marco regulatório internacional claro e rigoroso dentro do qual as empresas possam planejar com segurança.
Mesmo assim, pelo menos metade das empresas que têm planos de desenvolver ações na área acreditam que a implementação de programas de sustentabilidade irá contribuir de forma significativa para o resultado final, seja pela redução de custos ou pela maior rentabilidade. Destes, 40% acreditam que a sustentabilidade é uma fonte de inovação e de novos negócios.
“A maioria das empresas entende o que elas têm que fazer estrategicamente em relação à Sustentabilidade, mas essas companhias precisam de ajuda na construção de modelos estratégicos e sistemas de informação para estabelecer quão eficazes elas realmente são na redução da emissão de carbono”, diz Eduardo Cipullo, sócio responsável pela área de Sustentabilidade da KPMG no Brasil. “Uma estratégia baseada em boa mensuração e análise é fundamental para avaliar de forma eficaz a recuperação do investimento financeiro”.
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