Pesquisadores da Ufsc criam simuladores para Petrobras

No final do corredor um cluster de 512 processadores está conectado a uma tela de transmissão de imagens 3D. A estrutura, montada a um custo de um milhão de reais, é utilizada para exibição dos resultados obtidos com os simuladores para a perfuração de rochas e a extração do petróleo no Laboratório de Simulação Numérica em Mecânica dos Fluidos Transferência de Calor (Sinmec), do Departamento de Engenharia Mecânica da Ufsc.

As pesquisas feitas no Sinmec possibilitam à Petrobras pedir determinadas adaptações aos simuladores que são comprados e ajudam os técnicos a conhecer melhor as potencialidades dos equipamentos. “Nosso objetivo não é um simulador completo”, explica o coordenador do laboratório, professor Clóvis Maliska, “nosso interesse é estudar apenas com o “coração” do equipamento, o núcleo numérico”. Há 20 anos a Petrobras financia projetos nesse laboratório. O principal foco das pesquisas do grupo agora são as operações multifásicas que consistem em codificar operações integradas entre a perfuração da rocha com a passagem pela tubulação, avaliando pressão, quantidade e tamanho das aberturas na tubulação para dar acesso ao óleo.

Desde a década de 80, a perfuração horizontal (veja o desenho abaixo) começou a substituir os poços verticais. Dessa forma é possível aumentar a área exposta a captação do óleo e se obtém um maior vazão. As técnicas para esse tipo de perfuração ainda estão em desenvolvimento e o Sinmec, desde 2009, está elaborando um software para a determinação de quantas aberturas podem ser feitas na tubulação para entrada de óleo e a que distância. O estudo será entregue até o final deste ano à Petrobrás.



Outra pesquisa dentro do laboratório irá auxiliar na exploração do pré-sal. A preocupação de Cristiano Garibotti, que iniciou o doutorado na UFSC em 2008, é estudar o movimento do sal, que ao contrário da rocha, se movimenta com muito maior facilidade o que pode ocasionar o fechamento do poço. A movimentação das rochas está entre os próximos objetos de pesquisa do laboratório. Um dos motivos são as características geológicas no Brasil, uma vez que a exploração no país não pode alcançar níveis de produção como no Oriente Médio, pois haveria uma destruição do poço.

As simulações realizadas pelo Laboratório nunca ocorrem com dados de poços em funcionamento, mas com aqueles que já foram fechados ou de produtividades antigas, uma vez que estás informações são sigilosas. Maliska afirma que não há prejuízo nenhum para a pesquisa, uma vez que o papel do Sinmec é desenvolver as fórmulas matemáticas para operação dos simulares.

 


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