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A presidente da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), Christiana Figueres, afirmou em visita recente aos Estados Unidos que a postura norte-americana quanto aos esforços mundiais de combate as alterações climáticas é um “sério freio de mão”. Feita em pleno solo americano, a declaração pode ser entendida como uma resposta a opinião do enviado da Casa Branca para assuntos sobre Mudanças Climáticas, Todd Stern, que afirmou em abril que um acordo na 17ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP17) é “praticamente impossível”.
A cúpula, que será realizada em Durban (África do Sul), será promovida pela ONU, da qual a UNFCCC é vinculada. Há uma grande dissonância entre a incapacidade política de Washington com o potencial do país para liderar o mundo rumo a um futuro de energias limpas e menos dependente dos combustíveis fósseis, segundo a costarriquenha que preside a UNFCCC. No entanto, a pouco mais de seis meses para a COP17, Figueres ainda acredita que os Estados Unidos irão mudar de posicionamento, ao adotar reduções obrigatórias nas emissões dos cases causadores do efeito estufa – embora o país tenha se recusado a assinar o Protocolo de Kyoto, que estabelece o compromisso às nações industrializadas.
“A expectativa é que os EUA assumam sua responsabilidade histórica como o maior emissor de todos os tempos”, projetou Figueres. Na opinião da representante da ONU, este é o momento dos países concentrarem esforços para acelerar as negociações sobre o clima.”Isto significa confrontar a questão do futuro do Protocolo de Kyoto, o único acordo atual que contém compromissos assumidos pelas nações industrializadas”, Christiana Figueres.
O primeiro período do tratado termina em 2012. Até o momento, ainda é incerto se haverá uma segunda fase. “O que os governos devem encarar é que já existe a possibilidade de que ocorra um intervalo entre o fim do Protocolo de Kyoto e o início de um novo acordo. Quanto mais tempo levarem para decidir sobre esse assunto, maior será o intervalo. Acredito que ninguém quer isso”, acrescentou a presidente da UNFCCC. Nesse sentido, Figueres sugeriu acelerar a criação de novas instituições climáticas, capazes de financiar a transferência de tecnologias para mitigação e adaptação ao aquecimento global.
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