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Um estudo sobre a Polo Metal Mecânico da Zona Oeste do Rio de Janeiro publicado em abril apontou os gargalos tecnológicos do setor analisando indústrias e instituições de ensino. A equipe coordenada pela professora Lia Hasenclever, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entrevistou 17 empresas e seis instituições de pesquisa entre julho de 2010 e janeiro de 2011.
O trabalho classifica as indústrias como pouco inovadoras e um das justificativas é o fato de não fabricarem o produto final e muitas vezes, a inovação realizada ser uma exigência do cliente, para adaptação de peças. Outro dado levantado é a importação de maquinário necessário. “A baixa propensão a inovar das empresas em produtos era esperado, mas a baixa propensão a inovar em processos e aspectos organizacionais é preocupante. Ainda mais levando em conta que o resultado final da produção do setor será incorporado na produção de outros produtos”, comenta a pesquisadora.
Entre as empresas menos inovadoras destaca-se a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) que ainda está em fase de implantação. Sua tecnologia foi importada e 800 operários chineses, também importados, foram responsáveis pela transferência de tecnologia de montagem à CSA. De acordo a empresa, há pretensão de, no futuro, investir em novas tecnologias localmente, mas no momento sua preocupação é a implantação e a operação da fábrica.
A mão de obra também foi assinalada como um dos desafios da indústria. Segundo o relatório, o Brasil forma 38 mil engenheiros por ano e que seriam necessários o dobro disso, mas em algumas áreas já há excesso de mão de obra. Também foi constatado um preconceito quanto à contratação de profissionais com formação de tecnólogo, ainda que os entrevistados não saibam dizer a diferença entre os currículos.
A falta de comunicação entre instituições de pesquisa e as indústrias, além da ausência de pesquisas voltadas para o setor foram apontadas como principais gargalos para o desenvolvimento de novas tecnologias. As consultorias são o principal serviço disponibilizado pelas universidades e centros de pesquisa, mas ainda assim, algumas empresas desconhecem os serviços e acabam contratando de outros estados. “Normalmente o mais difícil desta tarefa é conhecer a demanda das empresas. As instituições possuem competências genéricas e muitas vezes não estão preparadas para atendê-las.”
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