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Elas dão o leite do café da manhã, alimentam os carnívoros, são endeusadas na Índia e, no futuro, aparentemente, também podem ter papel importante na produção de biocombustíveis.
É o que diz uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA). No trabalho, os cientistas conseguiram identificar e mapear geneticamente dezenas de micro-organismos que habitam o sistema digestivo dos ruminantes e são capazes de produzir enzimas para quebra da celulose.
O que motivou o estudo, com artigo publicado na revista científica "Science", foi um dos obstáculos para a produção em massa de biocombustíveis com 100% de pureza: o rendimento relativamente baixo das reações bioquímicas de quebra da celulose pelas enzimas utilizadas até o momento.
Para obter os micro-organismos desejados, os pesquisadores utilizaram duas vacas. Cirurgicamente, eles inseriram no rúmen dos animais --o primeiro "compartimento" do seu estômago--, uma espécie de gramínea, a Panicum virgatum.
Os micro-organismos que aderiram aos vegetais retirados após a incubação foram, então, analisados e mapeados geneticamente, graças a técnicas computacionais desenvolvidas pelos cientistas. O computador determinou diversas sequências de RNA (uma cadeia produzida a partir do próprio DNA do indivíduo e responsável pela fabricação de proteínas) correspondentes à produção de enzimas específicas para a quebra da celulose.
Segundo os autores do estudo, o mapeamento genético desses micróbios abre portas para futuras pesquisas para produção em massa de novas enzimas que degradam a celulose, aumentando a eficiência e reduzindo o custo do processo.
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