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O Estado do Ceará possui 211 empresas atuantes no mercado de reciclagem de resíduos industriais, que movimentam anualmente cerca de R$ 480 milhões e geram aproximadamente 3.150 empregos diretos. Os dados são do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais no Estado do Ceará (Sindiverde).
De acordo com o empresário Ary Albuquerque, vice-presidente da entidade, esse números reforçam o posicionamento do Ceará como o estado que mais recicla plástico no país, proporcionalmente ao número de habitantes, com cerca de 14 mil toneladas de plásticos reciclados mensalmente. “Além da quantidade, a indústria cearense está preocupada com a qualidade do produto final e, por este motivo, investe na linha de produção”, acrescenta.
Albuquerque ressalta que o setor ainda possui um grande potencial de expansão para as indústrias atuantes no mercado e, também, para a criação de novas empresas de micro, pequeno e médio portes, alavancando novos negócios e gerando emprego e renda para a sociedade local. “Uma pessoa gera, em média, 800 gramas de lixo diariamente. Considerando que aproximadamente 40% são recicláveis, a projeção para a população de Fortaleza, com 2,5 milhões de habitantes, seria de 60 mil toneladas mensais, ou seja, 24 mil toneladas seriam recicláveis”, exemplifica.
Segundo ele, o Brasil vem se posicionando como exemplo em reciclagem de alguns tipos de materiais. Nas latas de alumínio, possui o mais alto índice de reciclagem mundial (91,5%), no plástico PET, é vice-líder com 54,8%, atrás apenas do Japão, além dos bons índices na reciclagem de vidro (47%) e papel (45%). “Isso mostra que estamos no caminho certo”, avalia Albuquerque.
Outro importante marco para o setor foi a aprovação, em agosto, da lei nacional de resíduos sólidos. “Essa medida deve fortalecer a cadeia da reciclagem, ao propor um reajuste nas relações fundamentais entre a sociedade e 800 mil catadores em atuação no país, dando ênfase na logística reversa e focando na coleta seletiva”, explica.
Mesmo com as destacadas atuações do Ceará e do Rio de Janeiro e das iniciativas de outros municípios brasileiros, as atividades de coleta seletiva de materiais recicláveis no Brasil não acompanham o ritmo de crescimento da geração de resíduos no país. “Para avançar ainda mais, será necessário fortalecer o papel dos catadores e dos transformadores nesse processo porque eles são vitais para o desenvolvimento e implementação da nova lei como a água é essencial para a vida humana. Reciclar é preciso”, finaliza.
Ary Albuquerque destacou ainda a realização em Fortaleza, entre os dias 10 e 12 últimos, da feira “Recicla Nordeste”, que recebeu mais de 10 mil visitantes e gerou negócios da ordem de R$ 6 milhões em equipamentos e tecnologias de reciclagem industrial. O empresário anunciou ainda a fundação da Câmara Setorial do setor, com a participação do Sindiverde, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiece), da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, da Prefeitura de Fortaleza, do Clube de Diretores Lojistas do Ceará, de cooperativas de catadores, e de depósitos de sucata da capital.
Finalmente, anunciou também a criação do “Grupo de Inteligência da Reciclagem”, formado pela Universidade Federal do Ceará, os Cefet’s (Escolas Técnicas Federais), além de Senai, Sebrae e Nutec (Núcleo de Tecnologia do Ceará), com a missão de estudar e pesquisar tecnologias e processos de reciclagem industrial.
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