A aplicabilidade dos ensaios de dobramento

As aplicações mais comuns destes testes são para barras de construção civil e barras soldadas

Como o ensaio de dobramento é usado para medir a ductilidade de um material, é indicado pricipalmente para componentes que serão efetivamente submetidos a operações de dobramento ou flexão em serviço. Algumas das aplicações são em barras para construção civil, barras soldadas para finalidades de qualificação de solda e de soldadores, pequenos componentes para uso em micro-eletrônica e peças acabadas como parafusos e pinos.

Dessas, as aplicações mais comuns são os testes para barras de construção civil e para barras soldadas.

Ensaio de barras para uso em construção civil
As barras de aço para armação de concreto e outras finalidades são muito utilizadas na construção civil. Normalmente estas barras são submetidas a dobramento durante sua aplicação. Por isso a importância sa aplicação do teste de dobramento para este tipo de componente.

O ensaio de dobramento de barras para a construção civil utiliza um ângulo de dobramento de 180°. O diâmetro do cutelo depende da classificação da barra.

A norma brasileira classifica as barras de acordo com o valor da resistência ao escoamento nas categorias CA-25, CA-40, CA-50, e CA-60. O número 25 significa tensão limite de escoamento de 250 MPa, e respectivamente 400 MPa, 500M Pa e 600 MPa para as barras 40, 50 e 60. De acordo com o processo de fabricação, barras da classe A (segunda letra da especificação) são laminadas a quente sem posterior deformação a frio e apresentam patamar de escoamento.

Para as barras descritas acima, o diâmetro do cutelo para o ensaio deve variar de 2 a 5 vezes o diâmetro nominal da barra, proporcionalmente à tensão limite de escoamento. O ensaio é do tipo semiguiado. Para a aprovação da barra, não pode aparecer fissuras ou fendas na região de tração.

Ensaio de dobramento em peças soldadas
O ensaio de dobramento de peças soldadas tem o objetivo de qualificar a solda, o soldador e o processo de soldagem. O dobramento pode ser livre ou guiado dependendo dos objetivos do ensaio. Para a verificação da qualidade da solda o dobramento é em geral guiado.

Os corpos de prova são extraídos de tubos ou chapas soldadas e devem obedecer as dimensões estabelecidas por norma. Em geral a largura do corpo de prova é uma vez e meia a sua espessura. O ângulo de dobramento é de 180° para todos os testes.



O resultado do teste é novamente feito pela observação da existência ou não de fissuras e fendas na região tracionada do corpo de prova. Defeitos com dimensões acima de 3 mm de comprimento são causa para rejeição. Fissuras que ocorram nas arestas não são consideradas para rejeitar a peça, exceto se provenientes de inclusões ou outros defeitos internos.

A solda deve ser testada em diferentes posições para efeitos de qualificação. Para soldas de topo e teste de qualificação de soldadores, o eixo do corpo de prova pode ser orientado transversalmente ou paralelamente à direção do cordão de solda.
 
Para espessuras do material abaixo de 12 mm, os corpos de prova são testados nas duas posições, com a face e com a raiz da solda em tração. Materiais com mais de 12 mm de espessura normalmente são testados por flexão lateral.



Para espessuras muito grandes é permitido o teste com corpos de prova obtidos por fracionamento, desde que toda a espessura seja coberta.

A maioria das especificações de solda requer a execução de pelo menos dois testes de raiz e dois testes de face, ou quatro testes laterais para cada peça com solda de topo. 


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