Brasil terá investimento recorde da Pirelli até 2013

Em novembro, quando apresentar à comunidade financeira global seu plano de investimentos para o período compreendido entre 2011 e 2013, a Pirelli anunciará orçamento recorde para o Brasil e América Latina, de acordo com o presidente mundial da Pirelli Pneus, Francesco Gori. A última rodada de aportes da companhia na região contemplou a aplicação de US$ 400 milhões - incluindo valor adicional anunciado à época do aniversário de 80 anos do grupo no país. "Vamos adicionar capacidade no Brasil e em outros países da América Latina, região que representa grande potencial", disse Gori, sem entrar em detalhes sobre o novo plano trienal do grupo.

Somente em 2010, a Pirelli vai desembolsar mais de 350 milhões mundialmente em ampliação de capacidade fabril. No Mercosul, a expansão será de 20% nas linhas de pneus para veículos comerciais, caminhões e máquinas, e de 25% nas dedicadas à fabricação de pneus para carros de passeio.

Especificamente no Brasil, onde a Pirelli opera unidades em Feira de Santana (BA), Campinas (SP), Santo André (SP) e Gravataí (RS) - em Sumaré (SP), produz cordas metálicas (de aço) usadas na confecção de pneus -, o investimento vem em momento oportuno. No primeiro semestre, em razão do forte crescimento na produção nacional de veículos, de 19% segundo dados da Anfavea, que representa a indústria automobilística no país, houve episódios de falta de pneu no mercado de reposição. "Isso ocorreu porque a demanda cresceu de forma significativa num intervalo de tempo curto e houve defasagem temporal em relação aos projetos de ampliação", explicou Gori, acrescentando que a situação já foi normalizada. "Acreditamos que as montadoras manterão trajetória crescente de produção, mas em ritmo mais lento".

A Pirelli Pneus divulgou resultados crescentes no primeiro semestre e, assim como no cenário traçado para as montadoras, a expectativa é a de que as vendas de pneus sigam em rota ascendente na segunda metade do ano, porém com velocidade inferior. No primeiro semestre, afirmou Gori, a base de comparação mais fraca de 2009 resultou em taxas de expansão expressivas. "No segundo semestre, a base de comparação é mais forte. Teremos crescimento, mas será um período um pouco mais difícil", disse.

Nos seis primeiros meses do ano, as receitas da Pirelli Pneus totalizaram 2,325 bilhões, com alta de 21,4% na comparação com o primeiro semestre de 2009. Somente no segundo trimestre, as vendas cresceram 22,9%, para 1,215 bilhão - a América Latina respondeu por 36% desse valor, com crescimento de 32% na comparação anual. Em todo o ano passado, o faturamento da companhia na América Latina ficou ligeiramente abaixo de US$ 2 bilhões e o Brasil foi responsável por cerca de 60% do valor. "Brasil, China e novos mercados estão ganhando peso nos negócios da Pirelli", ressaltou Gori.

Globalmente, a Pirelli registrou no primeiro semestre expansão de 17,8% nas receitas da área de pneus para veículos de passeio, enquanto o segmento industrial (comerciais leves e caminhões) mostrou alta de 30,3%. Na esteira do bom desempenho, a italiana melhorou as metas estabelecidas para 2010 e, agora, trabalha com previsão de crescimento de 15% nas receitas e EBIT (lucro antes de juros e impostos) de 360 milhões, 20% acima da estimativa inicial. "O maior volume de vendas e o mix, com uma nova geração de produtos "verdes", contribuíram para os resultados até o momento", afirmou o presidente. Além das 5 fábricas brasileiras, a companhia italiana opera, na região, uma unidade na Argentina e outra na Venezuela.


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