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Como uma empresa pode formular um projeto consistente de inovação tecnológica (Brasil tem R$ 17 bilhões em recursos para empresas inovadoras)? As tarefas de identificar os recursos necessários, estabelecer cronograma e orçamento factíveis, preparar estudos de viabilidade, analisar detalhadamente os riscos e buscar as fontes mais adequadas de recursos financeiros podem ser bastante complicadas para empresas sem experiência em pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos. O consultor Joel Weisz, com longa experiência em ministrar cursos de formulação de projetos de inovação tecnológica, ressalta alguns aspectos para que o empresário elabore uma proposta bem-sucedida.
As propostas de inovação tecnológica, segundo Weisz, devem conter tópicos que expliquem, de forma concisa e clara, o que é o projeto e quais são as vantagens em se investir nele, apresentar as externalidades positivas, que podem ser ambientais, econômicas ou sociais, e impactos internos, de ordem econômica, financeira, estratégica e mercadológica, incluir a descrição das atividades relacionadas ao projeto, levando em consideração os riscos tecnológicos e identificar fontes de financiamento, que podem ser, além de editais de subvenção econômica, agências de fomento, bancos, fundos de capital, compras governamentais e recursos próprios da empresa.
"É importante que, ao elaborar uma proposta de apoio a um projeto para uma agência de fomento com vistas ao uso de mecanismos de apoio à inovação, se tenha em mente que, de modo geral, esses mecanismos se destinam a promover o desenvolvimento tecnológico nas empresas. Portanto, uma primeira preocupação é avaliar o conteúdo tecnológico do projeto. Além disso, em muitas linhas, é avaliada a viabilidade econômica e comercial do projeto," ressalta Weisz, ex-gerente de Tecnologia da Finep e autor do livro "Projetos de Inovação Tecnológica: planejamento, formulação, avaliação, tomada de decisões" e do manual "Mecanismos de Apoio à Inovação Tecnológica", editado pelo Senai.
Weisz costuma chamar a atenção em seus cursos que não se formula um projeto para angariar recursos. "É o contrário, angariam-se recursos para viabilizar um projeto. Não é porque saiu um edital que se vai fazer um projeto na correria. Faz-se um projeto porque ele vai atender uma potencialidade do negócio, porque permite solução para um problema. Um projeto existe porque se alinha com as estratégias da empresa."
Para quem está interessado em concorrer à subvenção econômica, seu conselho é ler o edital várias vezes e cumprir todas as regras. O consultor também lembra que um mesmo projeto pode servir para diferentes agências de fomento, basta fazer ajustes. "O empresário deve identificar o que no projeto pode ser financiado por cada linha. A Finep normalmente não financia o investimento industrial, mas financia o desenvolvimento da tecnologia. Se o projeto contemplar também investimento industrial, a empresa pode fazer outro projeto para o BNDES. O CNPq concede bolsas DTI e Rhae. Logo, para a parte de atração de pesquisadores, pode-se pedir apoio ao CNPq", afirma Weisz.
Além dos recursos da subvenção, Weisz lembra que as linhas de financiamento da Finep e do BNDES estão sempre disponíveis. "No financiamento reembolsável, não existe a restrição a poucos temas e tópicos como ocorre na subvenção da Finep. O financiamento tem taxas que estão abaixo da inflação prevista para 2010, de 5,25%. Na Finep, varia de 4 a 5%, no BNDES é de 3,5 a 4,5% ao ano. São juros reais negativos. E esse ressarcimento é feito num longo prazo. A Finep está com 100 meses de prazo de ressarcimento com carência de 20 meses e o restante de amortização. O BNDES tem prazos ainda maiores. São condições bem melhores que a do mercado financeiro."
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