Fonte: Folha Online - 10/05/07
O governo brasileiro e a Petrobras negaram nesta quarta-feira (9) que a estatal brasileira e a Bolívia já tenham chegado a um acordo sobre os valores a serem pagos pelas duas refinarias da Petrobras no país vizinho.
Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República ressaltou ainda que o prazo para a Bolívia se manifestar sobre a proposta feita --que foi tema de reunião realizada nesta quarta-feira em La Paz-- termina hoje às 12h.
Como já havia explicado o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, caso não haja acordo, a Petrobras deve recorrer à arbitragem internacional.
Ontem, uma fonte do alto escalão do governo informou que a venda das duas refinarias da Petrobras na Bolívia deverá ser fechada em US$ 110 milhões. Segundo uma fonte do governo, desse total, US$ 70 milhões seriam referentes às instalações físicas das refinarias e US$ 40 milhões relativos aos estoques. Na Bolívia, fontes indicam que o valor discutido estaria na casa de US$ 112 milhões.
Pela última proposta apresentada, a Petrobras pretendia receber US$ 80 milhões pelas refinarias e US$ 40 milhões pelos estoques, mas teria sido orientada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aceitar a contraproposta boliviana.
Segundo a assessoria de imprensa, porém, Lula não tomou parte das negociações, já que seu dia foi totalmente voltado à recepção do papa Bento 16.
"O presidente Lula disse agora à noite que seu dia foi dedicado à recepção do papa Bento 16. Em momento algum tratou do assunto das refinarias na Bolívia, que é da alçada da Petrobras", afirma nota da Secretaria de Comunicação.
Reunião
O presidente da Petrobras na Bolívia, José Fernando de Freitas, se reuniu ontem com o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, o presidente da estatal boliviana YPFB, Guillermo Aruquepa, e membros do governo de Evo Morales para esclarecer a proposta apresentada na última segunda-feira pela Petrobras.
A estatal brasileira decidiu vender 100% das refinarias depois da assinatura de um decreto pelo presidente boliviano, no último domingo, que afetou o fluxo de caixa da Petrobras na atividade de refino na Bolívia. Até então, a empresa ainda cogitava permanecer na Bolívia.
O decreto concedeu à YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) o monopólio da exportação do petróleo reconstituído e das gasolinas "brancas" produzidos pelas refinarias do país.
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