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Com o PIB quase triplicado desde 1999, Palhoça, na Grande Florianópolis, é rota de grandes investimentos imobiliários, instalação de novas indústrias e até de um polo náutico. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a soma das riquezas da cidade passou de R$ 352 milhões em 1999 para mais de R$ 1 bilhão em 2007. As perspectivas para 2010 são ainda mais promissoras.
Em 2008, apenas 53 novas empresas haviam se instalado no município, no ano passado foram 2,3 mil novos empreendimentos cadastrados. Nos meses iniciais de 2010, foram mais 274, segundo a diretora geral de Administração Tributária, Alessandra de Andrade Klettenberg.
— Em 2009, o IPTU registrou 3,5 mil novos imóveis. Em 2010, o número dobrou para 7,7 mil — aponta.
O município vive um novo boom econômico, com fortes investimentos no setor da construção civil e do ramo imobiliário. O orçamento de R$ 45 milhões, em 2005, passou para R$ 220 milhões em 2009.
— Em 2012, Palhoça estará entre as 10 cidades catarinenses com a maior arrecadação no Estado — estima o prefeito Ronério Heiderscheidt.
Segundo a Secretaria da Fazenda do Estado, em 2007, Palhoça cresceu 11,42% em relação a 2006, número superior ao índice de Florianópolis, que aumentou 7,6%, e de São José, que cresceu 6,9%. No mesmo período, o crescimento do PIB de SC foi de 6% e do Brasil, de 6,1%.
Pedra Branca
Um dos primeiros grandes saltos de Palhoça foi impulsionado pelo Grupo Empresarial Pedra Branca, que lançou um empreendimento gigantesco, prevendo a construção de uma cidade dentro do município. Além dos lotes residenciais e das quadras com condomínios completos que serão lançadas aos poucos, o grupo já comercializou todos os 204 lotes industriais do Tecno Park, distrito industrial que faz parte do projeto.
Segundo o diretor do Grupo, Marcelo Gomes, a proposta é de longo prazo e deve ser concluída em 15 anos, 10 se a economia do Brasil mantiver o ritmo atual.
— Palhoça deixou de ser cidade dormitório. As indústrias não podem mais se instalar ou expandir dentro da Ilha de SC, na Capital. Então o município é a alternativa mais próxima no Continente. Temos várias fábricas que operavam em Florianópolis que se mudaram para o nosso distrito industrial, como a Akakia, Mini Calzone e Automatisa. Fora as que já compraram terrenos e ainda vão se instalar — conta.
Já foram investidos R$ 45 milhões da Cidade Pedra Branca. O investimento do grupo, este ano, passa é de R$ 84 milhões, com as obras da primeira quadra e o lançamento da segunda. Ao todo, serão 47 quadras, com condomínios, salas comerciais e complexos empresariais, com investimento total que chega a R$ 3,5 bilhões.
— A ideia é de que cada quadra funcione como shopping aberto, para que quem mora e trabalha em Palhoça tenha todas as opções de comércio e serviços também aqui — diz Gomes, lembrando que o bairro modelo terá capacidade para 30 mil habitantes em 15 anos.
Outro grande investimento foi o primeiro shopping de Palhoça, que já está funcionando. Apenas o centro de compras gerou 3 mil vagas de empregos diretos e indiretos. Instalado numa área de 13.850 metros quadrados, o complexo é composto por shopping, hipermercado e um hotel que deve inaugurar nos próximos meses, com 189 apartamentos, 11 andares e centro de convenção.
O investimento total é de R$ 120 milhões e o shopping tem previsão de faturamento de cerca de R$ 100 milhões até o terceiro ano de operações.
Polo náutico
Um projeto complexo que prevê a implantação de uma marina, de um distrito industrial voltado para o setor naval, com espaço para residências e comércio, além da instalação de uma escola técnica com o primeiro curso do Brasil de motores para barcos e aviões, promete revitalizar o setor em Palhoça.
O Grupo RTV Assessoria Imobiliária e Empresarial, à frente do projeto, estima o investimento inicial em R$ 50 milhões, segundo a administradora Circe Maria Lejandre. Ela explica que a primeira parte das obras já foi iniciada, no setor destinado aos estaleiros e aos lotes comerciais para empresas que produzem componentes náuticos. Um hotel com várias torres e 27 andares também está previsto no projeto. O condomínio industrial deve gerar em torno de 4,5 mil empregos.
O grupo adquiriu duas áreas no valor de R$ 2,5 milhões, no bairro Aririú, às margens do Rio Cubatão, no total de 250 mil metros quadrados. O objetivo é atrair 60 empresas e cerca de R$ 300 milhões no longo prazo.
— A área residencial terá 82 casas. A marina terá 1,2 mil vagas, 1050 secas em galpões e 150 molhadas, sede com clube que poderá ser usufruído por moradores e quem alugar as vagas, além de um centro de eventos para exposição. Apenas este projeto prevê investimentos de R$ 30 milhões, mas se considerarmos a construção civil, sobe para R$ 50 milhões.
As obras vão respeitar as normas de sustentabilidade, com cisternas, aproveitamento de água da chuva e iluminação natural. Com licença ambiental garantida, o empreendimento deve iniciar as construções em 2011. A criação de um instituto ambiental pretende ajudar na preservação do Parque Serra do Tabuleiro, com o qual o empreendimento faz divisa.
— Também estamos negociando com o Senai a atração da primeira escola de motores para aviação e barcos do Brasil, que será construída numa área de 2,6 mil metros quadrados com capacidade inicial para 800 alunos e possibilidade de ampliação para 3 mil vagas. O objetivo é qualificar a mão de obra para o setor náutico — conta.
Distrito industrial
O distrito industrial Firenze Business Park, com 362 mil metros quadrados, já comercializou 40% dos 252 lotes disponíveis, cada um com 750 metros quadrados, e ainda está em fase de terraplenagem.
No empreendimento serão instaladas indústrias de todos os setores, além de empresas de comércio e serviços.
O diretor de marketing do Firenze, Gentil Reinaldo Cordioli Filho, afirma que o investimento chega a R$ 55 milhões. Segundo ele, a implantação será em etapas. A primeira deve estar concluída em fevereiro de 2011, com a infraestrutura completa, pavimentação e instalação da rede elétrica. A segunda etapa, com a construção das sedes das empresas, deve ocorrer um ano depois.
— Muitas indústrias que vamos ter no Firenze, hoje se localizam em áreas urbanas de Florianópolis, terrenos com grande valorização. Como as empresas querem expandir e não há espaço na Capital, estão trocando a sede para Palhoça, onde o terreno é mais barato e maior. Depois conseguem se capitalizar, vendendo os terrenos valorizados em Florianópolis — explica.
Vários empresários compraram oito lotes no distrito industrial ou até quadras inteiras, com 12 lotes, como foi o caso de uma empresa de logística de São Paulo. Indústrias de alimentação, construção civil e segurança patrimonial já garantiram seus lotes dentro do complexo, que será voltado exclusivamente para o setor empresarial.
— É mais difícil de comercializar do que o residencial, a velocidade é outra, porque a demanda por moradia é muito maior. Mas o nosso é o primeiro empreendimento totalmente voltado para as empresas — diz.
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