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Tornos são máquinas-ferramenta que permitem usinar peças de forma geométrica que necessitam de rotação, como eixos, polias, pinos, roscas, peças cilíndricas, cones e esferas. Essencial para o desenvolvimento tecnológico, o torno é a mais antiga máquina-ferramenta desenvolvida pelo homem.
Usado também para fabricar rodas, partes de bombas de água, cadeiras, mesas e utensílios domésticos, antigas civilizações, como os egípcios, assírios e romanos, já utilizavam os tornos como meio de fazer objetos com formas redondas.
Na operação de torneamento são realizados dois movimentos básicos: a rotação da peça e o movimento de avanço da ferramenta.
O início
Os primeiros tornos de que se tem conhecimento do funcionamento foram chamados de Tornos de Vara, muito utilizados por artesões durante toda a idade média e meados do século 19. Apesar disso, provas arqueológicas e desenhos egípcios mostram que esta máquina já existia há muitos anos, alguns datados de 300 anos aantes de Cristo.
No sistema de vara, a peça a ser trabalhada era amarrada com uma corda presa em uma vara sobre a cabeça do artesão e sua outra extremidade era amarrada a um pedal, que quando pressionado puxava a corda fazendo a peça girar. A vara, por sua vez, fazia o retorno. Por ser fácil de montar, esse tipo de torno permitia que os artesões se deslocassem facilmente para lugares onde houvesse a matéria prima necessária para o trabalho.
No final do século 15, Leonardo da Vinci (inventor, cientista, pintor, escultor, entre muitas outras funções, nascido na Itália em 1452) desenhou três máquinas em uma página. A primeira delas, um torno, já utilizava uma roda que ainda funcionava somente para a inércia. A segunda era uma serra e a terceira, um sistema que usava um pedal para girar uma roda, que poderia ser anexado a diversos dispositivos. O torno Leonardo da Vinci se constituia simplesmente de um pedal e da roda que mantinha o movimento inercial.
Mais tarde, pela necessidade de uma velocidade contínua de rotação, foi criado o Torno de Fuso. Esses tornos necessitavam de duas pessoas - ou mais - para serem utilizados. Enquanto um servo girava a roda, o artesão utilizava suas ferramentas para dar forma ao material. Esse torno permitia que objetos maiores e com materiais mais duros fossem trabalhado.
A revolução a vapor
Depois da invenção da máquina a vapor, pelo escocês James Watt em meados do século XVIII, os meios de produção como teares e afins foram adaptados a nova realidade. A sua invenção foi essencial para a revolução industrial.
O inglês Henry Moudslay adaptou a nova maravilha de Watt a um torno, criando o primeiro torno a vapor. Essa invenção não só diminuia a necessidade de mão de obra, uma vez que os tornos podiam ser operados por uma pessoa apenas, como também fez com que a mão de obra se tornasse menos especializada. Outro mecanismo que criou, permitia que a ferramenta ficasse fixa durante o trabalho, aumentado a sua precisão.
A medida que a manufatura tornava-se mais mecânica e menos humana, as caras habilidades dos artesões eram substituídas por mão de obra barata. Isso deu condições para que Joseph Whitworth, em meados do século XIX, mantivesse uma fábrica com 700 funcionários e 600 máquinas-ferramenta. Moudslay e Whitworth ainda foram responsáveis por várias outras mudanças nos tornos da época, como o suporte para ferramenta e o avanço transversal.
A reta final
Depois das modificações feitas por Moudsley e Whitworth, em 1906 os tornos estavam equipados com a correia motriz, movimentada por um conjunto de polias de diferentes diâmetros, o que possibilitabava uma variada gama de velocidades de rotação. Sua propulsão era obtida através de um eixo acionado por um motor, o que fixava a máquina a um local específico.
Ainda sofrendo diversas modificações em seu processo, em 1960 o torno automático entra em cena. Para satisfazer a exigência de grande rigidez criou-se uma estrutura completamente fechada. A máquina é equipada com um engate copiador que transmite o tipo de trabalho do gabarito através de uma agulha.
Uma das últimas grandes mudanças nos tornos veio em 1978, com o torno CNC (Comandos Numéricos Computadorizados). O uso de um painel permite que vários movimentos sejam programados e armazenados permitindo a rápida troca de programa. Sua grande vantagem é a melhora no acabamento e a diminuição do tempo de produção
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