Déficit da indústria triplica e chega a US$ 18 bi


O segmento metalúrgico foi o que apresentou maior deterioração, com um déficit de US$ 5,3 bilhões neste ano

O déficit comercial da indústria de transformação triplicou nos primeiros cinco meses do ano e alcançou US$ 18,8 bilhões. O resultado, quando comparado aos indicadores industriais, sugere uma forte importação para complementar a oferta interna - e não substituí-la, na maioria dos casos, por enquanto. A importação da indústria aumentou 55% de janeiro a maio, em relação a igual período do ano passado, e a exportação cresceu 22% na mesma comparação, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Impulsionada pelo mercado interno aquecido, foi principalmente a importação de insumos que fez o déficit comercial da indústria sair de US$ 5,6 bilhões no ano passado para os quase US$ 19 bilhões nos cinco primeiros meses de 2010. O segmento metalúrgico foi o que apresentou maior deterioração, deixando um superávit de US$ 1,8 bilhão até maio de 2009 para um déficit de US$ 5,3 bilhões neste ano. O uso da capacidade instalada no segmento passou de 71,3% em maio do ano passado para 87,7% no mesmo mês deste ano, indicando que o déficit não veio acompanhado de uma perda de produção. As importações - que incluem aço, alumínio e ferro, entre outros insumos - saltaram de US$ 3,1 bilhões para US$ 10,8 bilhões.

"O aumento do déficit foi provocado pelo aquecimento do mercado doméstico, mas não há desindustrialização", diz Welber Barral, secretário de Comércio Exterior. Para ele, a indústria precisa realizar investimentos para ampliar a capacidade. José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), acredita que o déficit, causado principalmente pela importação de insumos, aumentará até o fim do ano. Com a perspectiva de desaceleração econômica no segundo semestre, a substituição de insumos nacionais, que já começou em alguns segmentos, deve se disseminar.

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