Indústria aponta carga tributária como vilã do desenvolvimento


A pesquisa feita pelo Ibope, a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com mil indústrias do estado, para traçar temas que serão entregues ao próximo presidente da República, mostrou que a tributação cobrada pelo governo lidera o ranking dos gargalos que freiam o crescimento da indústria paulista, com 65%, seguido por juros e crédito, com 11% e o custo mão de obra, em especial os encargos incidentes sobre a folha de pagamento, com 9%.

O estudo foi feito em duas etapas. Na primeira, os entrevistados ordenaram as primeiras barreiras para o crescimento da indústria paulista. Em seguida, os temas foram subdivididos. Desta forma, dentre os que apontaram a tributação como principal obstáculo, 69% citaram a carga tributária como o principal entrave, seguido pela complexidade para pagamentos de impostos e a substituição tributária, com 7% dos votos.

Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, esta resposta dos empresários já era esperada. De acordo com ele, a entidade vai pedir para o presidente da República eleito mais clareza na forma como esses tributos são cobrados. "Gostaríamos de ouvir do presidente eleito como ele vai defender a transparência na cobrança dos impostos", disse. "Não adianta promover a reforma tributária, se ela não atingir o interesse da população", ressaltou.

Segundo Skaf, o resultado da pesquisa será entregue no dia oito de novembro, após a definição das eleições, em evento na Fiesp. Ao citarem que juros e crédito caracterizam-se como barreiras, grande parte (76%) mencionou que o custo destes são os maiores problemas, seguidos pelas políticas de acesso ao crédito para investimento, capital de giro e exportação, com 24%.

Já no quesito mão de obra, terceiro lugar no ranking, as indústrias manifestaram, com 49%, que a tributação sobre a folha de pagamento é o maior empecilho para o avanço da indústria. De acordo com a pesquisa, este fator é mais sentido pelas médias e grandes empresas, com 53% e 52%, respectivamente. Para as pequenas, este obstáculo é sentido em 37% delas. A atual legislação trabalhista ficou em segundo lugar, com 24%, seguida pela qualificação técnica, com 21%.

Sobre câmbio e comércio exterior, que no geral foi o quarto maior obstáculo mencionado, as principais barreiras apontadas pelas indústrias paulistas foram volatilidade do câmbio (21% das empresas); a complexidade das normas e regras aduaneiras e a atual taxa de câmbio, com 20%.


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