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Imagens: CIMM
A 28ª Feira Internacional da Mecânica terminou no último dia 15 de maio, depois de cinco dias de muitas negociações, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Considerada uma das melhores feiras dos últimos tempos pelos 1,9 mil expositores. Os principais motivos para este sucesso foi a qualidade e o nível tecnológico dos produtos expostos, o interesse e o foco demonstrados pelos visitantes, formado por compradores nacionais e internacionais, e a apresentação dos estandes, que levaram ao fechamento ou início de negócios durante o evento. A Mecânica 2010 recebeu 105,8 mil visitantes, interessados em conhecer as últimas novidades e lançamentos do setor.
“A edição comemorativa de 50 anos mostrou todo o potencial do setor de máquinas e equipamentos, contribuindo para que as empresas atuantes no segmento retomassem o desempenho, colocando o Brasil como importante produtor de bens de capital mecânico do mundo”, disse Liliane Bortoluci, gerente geral da feira.
Para Carlos Padovan, diretor adjunto de feiras da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e coordenador da Comissão Organizadora da Feira Internacional da Mecânica, o evento refletiu a retomada do setor industrial brasileiro. “Foi impressionante o número de visitantes altamente qualificados, que compareceram aos estandes", afirmou.
Luiz Aubert, presidente da Abimaq, entidade apoiadora do evento, considerou excelente o resultado da Mecânica 2010. "Foi um sucesso em termos de público e expectativa de negócios, sendo que consideramos a manutenção do PSI - Programa de Sustentação de Investimentos como ponto determinante para esse resultado”, ressaltou.
Os fabricantes nacionais de máquinas-ferramenta que participaram como expositores também destacaram o PSI como decisivo para o aumento das vendas dos bens de capital mecânico. Para eles, o benefício deveria continuar nos próximos anos por ser uma ferramenta da indústria para enfrentar as dificuldades econômicas atuais.
O desempenho do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) também reafirma o entusiasmo do setor. Nos cinco dias de feira, foram registrados 255 atendimentos a empresas, interessadas principalmente nas linhas de financiamento do Finame. A média de atendimento do BNDES nas diversas feiras que participa está entre 150 e 160 contatos.
Presença internacional
Outro destaque da Feira foi a participação internacional. Dos 1.945 expositores, 1.072 são do exterior ou de representação estrangeira, vindos de 33 nações, das quais quatro delas – Afeganistão, Cingapura, Panamá e Polônia – fizeram sua estreia nesta edição. Já os visitantes internacionais vieram de 44 países.
A edição deste ano contou ainda com sete pavilhões internacionais: Itália, que aumentou sua participação, reunindo 14 empresas, Alemanha, com 35 empresas, Espanha e Argentina, com 8 empresas cada. A França, pela primeira vez com uma área exclusiva, reuniu 13 empresas do país. China e Taiwan também se apresentaram na feira.
Na parte de negócios, a Abimaq promoveu, nos dias 12 e 13 de maio, as Rodadas de Negócios Internacionais. Foram realizadas 137 reuniões, entre 30 empresas brasileiras da indústria de máquinas e equipamentos e 14 companhias compradoras estrangeiras, vindas da África do Sul, Alemanha, Angola, Chile, Colômbia, Guatemala e Peru. A associação estima que os encontros bilaterais realizados gerem negócios da ordem de mais de US$ 5 milhões nos próximos 12 meses.
50 anos da feira
A 28ª Feira Internacional da Mecânica marca o cinquentenário da mais tradicional e importante feira do setor de máquinas e equipamentos da América Latina. Sua trajetória, iniciada em 1959, caminha juntamente com o desenvolvimento e crescimento do segmento no País, um dos mais relevantes na economia nacional.
O primeiro evento realizado, sob a denominação Feira da Mecânica Nacional (FMN), foi uma iniciativa de Caio de Alcantara Machado, apoiada por Einar Kok, então presidente do Sindicato da Indústria de Máquinas do Estado de São Paulo – entidade patrocinadora da feira. O objetivo era mostrar que a indústria nacional de máquinas e equipamentos estava em condições de acompanhar a corrida desenvolvimentista imposta pelo Governo Juscelino Kubitschek.
Ao completar cinco décadas, a FMN passou por várias modificações, acompanhando o desenvolvimento da indústria de máquinas e equipamentos no país, tornando-se cada vez mais focada em bens produzidos pela indústria metal-mecânica. Seu nome foi alterado, passando para Feira Internacional da Mecânica, por ter alcançado prestígio também no exterior, que faz do evento um dos mais importantes no cenário mundial.
Para acompanhar esse crescimento, a feira que começou nos 20 mil m² do Pavilhão da Indústria e Comércio, no Parque Ibirapuera, é hoje realizada em 79 mil m², no Anhembi, e dos 220 expositores nacionais fundadores, passou para cerca de dois mil fabricantes de 34 países.
Outro destaque nesses 50 anos foi a mudança de perfil do visitante. Nas primeiras feiras, abertas ao público em geral, passavam pelos eventos uma média de 220 mil pessoas, entre curiosos e executivos. Hoje, esse número gira em torno de 100 mil visitantes, formado apenas por compradores, empresários e técnicos, vindos de 40 países, um público qualificado e focado em negócios e tendências do segmento.
Simpósio
A principal novidade da Mecânica 2010 foi a realização, pela primeira vez, de um simpósio internacional, cujo objetivo foi debater três assuntos imprescindíveis para o crescimento do setor de máquinas e equipamentos: economia, gestão empresarial e inovação e tecnologia.
Para Carlos Padovan, a realização do primeiro Simpósio Internacional deve ser comemorada e destacou que, para a próxima edição, o evento terá um foco mais técnico para atender as expectativas de seus participantes em conhecer tecnologias inéditas, a nível mundial.
O Simpósio Internacional Mecânica 2010 - Novos Tempos, Novas Soluções se realizou entre 12 e 14 de maio, com 15 palestras proferidas por executivos nacionais e internacionais, representantes da área governamental e especialistas técnicos do setor. Entre os executivos convidados, Claudio Bernardo Guimarães Moraes, superintendente da área de operações indiretas do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), ministrou palestra sobre “Financiamento de Bens de Capital”.
Moraes afirmou que a carteira do BNDES é da ordem de R$ 124 bilhões para investimento até o dia 31 de dezembro de 2010. Desse total, R$ 36,3 bilhões já foram desembolsados. O maior volume se destina a projetos de bens de capital, R$ 62 bilhões, com R$ 12,6 bilhões já liberados.
Ainda na agenda do evento, proferiram palestras a Secretária de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ana Lúcia Vitale Torkomian, o vice-presidente sênior da Autodesk, divisão de Soluções para Manufatura, Robert “Buzz” Kross (EUA); o presidente do Conselho Administrativo da CVC Turismo, Guilherme Paulus; o Diretor de Relações Institucionais da Azul Linhas Aéreas, Adalberto Febeliano; o gerente de Sustentabilidade do Walmart Brasil, Yuri Nogueira Feres; o Global Electronic Systems and Sensors Manager da Festo, Armin Seitz (Alemanha);o Area Sales Manager da WittGasetechnik, David Sagarma (Alemanha) e o assessor de Engenharia de Vendas – Máquinas Pesadas da Indústrias Romi, Newton Chakib Camis.
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