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Imagem: Divulgação
Editorial do jornal britânico Financial Times (FT) publicado ontem chama de "fanfarronice" a situação vivida atualmente pela América Latina, principalmente no Brasil. Para o jornal, a "complacência" é o maior perigo da região. "As piores quedas geralmente acontecem quando você está mais pomposo", diz o texto.
Segundo a publicação, a América Latina está experimentando recuperação positiva, com exceção da Venezuela. Contudo, o desempenho não vem apenas de méritos próprios. "A sorte tem um grande papel no sucesso recente da região", afirma o editorial.
O texto informa também que os bancos, assustados pelas crises, se voltaram para dentro, no lugar de se aventurarem no exterior. Além disso, evitaram investimentos em subprime (hipotecas de alto risco), que prejudicaram as instituições financeiras nos países desenvolvidos.
A elevação nos preços das commodities (produtos em estado bruto ou primários), puxada pela Ásia, também ajudou os países da América Latina a atravessarem a crise global. E os juros, perto de zero nos EUA, inundam o continente com dinheiro barato. Qualquer um desses dois últimos fatores seria suficiente para sustentar um boom, mas a América Latina está experimentando ambos ao mesmo tempo, diz o FT.
Permitir a apreciação das moedas, como o Brasil e a Colômbia estão fazendo, pode frear a entrada de recursos, apesar de o câmbio valorizado também trazer problemas, avalia o jornal. Para a publicação, os países precisam ainda de investimentos de longo prazo em infraestrutura. "Ainda assim pode haver excesso de capital", afirma o FT, mencionando que o crédito no Brasil cresce a uma taxa de 47% e os preços dos imóveis no Rio de Janeiro estão subindo cerca de 50% ao ano. "Apenas dois alertas de uma dor de cabeça pós-boom que ainda está por vir."
O FT lembra ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi escolhido, na semana passada, um dos líderes mais influentes do mundo pela revista Time, ao lado de Barack Obama, dos EUA.
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