Tarifas ambientais podem afetar 20% das exportações

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As legislações de mudanças climáticas em construção ao redor do mundo poderão afetar cerca de 20% das exportações brasileiras, segundo simulação feita pelo Cindes (Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento) e apresentado em seminário promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta segunda-feira, 3.

De acordo com a gerente-executiva de Negociações Internacionais da CNI, Soraya Rosar, os países centrais estão desenvolvendo leis para compensar impactos ambientais provocados durante os processos industriais.

- Nos Estados Unidos e na Europa existem legislações em trâmite nos parlamentos para compensar, via tarifas, os gastos desses países com medidas de mitigação de impactos ambientais provocados durante a transformação industrial desses produtos. A consequência disso é que o comércio desses produtos será restringido.

No caso dos EUA, uma emenda já tramita no Senado. Segundo o texto, seriam medidas “consistentes com as obrigações internacionais” de cada setor. Soraya Rosar acredita que a emenda tem grandes chances de ser aprovada em 2011.

- Só não será neste ano por conta dos problemas de governabilidade que o presidente Barack Obama enfrenta.

Se considerados apenas os Estados Unidos, o estudo mostra que os possíveis impactos das medidas de fronteiras atingiriam 26% das exportações brasileiras para aquele país - que somaram R$ 27,16 bilhões (US$ 15,7 bilhões) no ano passado. Esse percentual equivale a 3,6% do total dos embarques brasileiros para todo o mundo, que no ano passado foram de R$ 262,96 bilhões (US$ 152 bilhões).

De acordo com o estudo do Cindes, quatro setores seriam mais sensíveis às alterações nas legislações: papel, celulose e gráfica; refino de petróleo e petroquímico; siderurgia; e produtos químicos. Eles representam, respectivamente, 4%, 5%, 11% e 6% das vendas do Brasil para os EUA.

A gerente de negociações internacionais da CNI afirma que o maior temor do setor é as novas regras atingirem as leis que já vigoram.

- Nossa preocupação é que a legislação do clima não tenha interferência nas leis já existentes do comércio, como as do âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio). Por isso agora estamos debruçados sobre o tema, é algo que os empresários estão fazendo pela primeira vez.


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