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Imagens: Divulgação
A indústria automobilística brasileira vai investir no período de 2010 a 2012 montante recorde de US$ 11,2 bilhões, 38% a mais do que os US$ 8,1 bilhões aplicados no triênio anterior. O País, que no ano passado foi o quinto maior mercado mundial de veículos, deve chegar ao fim do ano na quarta colocação, posto já alcançado no primeiro trimestre.
Os investimentos serão aplicados em novos produtos, tecnologias e ampliação de capacidade produtiva, hoje em 4,3 milhões de unidades, 300 mil a mais que no ano passado. "É uma demonstração de que as empresas acreditam no Brasil", disse o novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. Ele assume o posto para um mandato de três anos.
Belini, que também preside a Fiat do Brasil, comandará a entidade num momento em que as vendas de carros batem recorde. Só nos primeiros quatro meses do ano, os resultados estão 18% melhores que os de igual período de 2009, com mais de 1 milhão de unidades vendidas.
Em abril, primeiro mês sem a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que vigorou por mais de um ano, as vendas somaram, até quinta-feira, 261 mil unidades, incluindo caminhões e ônibus. O número é 12,8% menor do que o de março - o melhor mês da história, com 353 mil unidades -, mas ainda assim é recorde para um mês de abril. Belini acredita que o mês deverá fechar com cerca de 280 mil unidades vendidas.
Apesar dos dados positivos em vendas, Belini disse estar preocupado com a competitividade da indústria nacional. Somos o quarto maior mercado, mas o sexto maior produtor", disse. Para ele, "o País precisa de um choque sistêmico que envolva desde a matéria-prima, passando por autopeças, logística, infraestrutura, montadoras e capital humano". Para ele, as mudanças devem ser feitas pelo governo e pela iniciativa privada. O primeiro passo nesse sentido, disse, será a realização, sob coordenação da Anfavea, de amplo diagnóstico da cadeia produtiva.
Para o executivo, uma das mudanças necessárias para melhorar a competitividade está no custo de transporte de um veículo produzido na região Sudeste para o Norte. O caminhão cegonha vai cheio e volta vazio. "Um serviço eficiente de cabotagem acabaria com o desperdício."
Importação. Belini criticou as discussões entre governo e fabricantes de autopeças para acabar com o redutor de 40% na alíquota de importação de componentes. Ele ressaltou que diversos modelos fabricados no País têm alto conteúdo de peças importadas e o fim do redutor, em vigor há dez anos, vai elevar os custos de produção. Ele acredita que a medida pode ampliar as importações de produtos acabados.
Belini mantém as projeções da gestão anterior para este ano, de produção e vendas de aproximadamente 3,4 milhões de veículos, exportação de 530 mil unidades e importação de cerca de 600 mil unidades. Ele tomou posse em uma cerimônia que contou com a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Em seu discurso, Lula destacou a solidez da indústria automobilística nacional. "Todo mundo acreditava que a indústria brasileira ia sucumbir, porque as matrizes estavam sucumbindo", disse. Mas, segundo ele, o que ocorreu foi que as subsidiárias se tornaram uma referência para que as indústrias aprendessem o que fazer para que o desastre provocado pela crise global não se repita.
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