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Imagens: Divulgação
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) mostra com seus estudos a eficácia da produção de álcool a partir dos açúcares obtidos do rejeito da mandioca.
Trabalhando neste tema desde 2007, os pesquisadores, coordenados pelo Prof. Alberdan Silva Santos, constataram que as primeiras enzimas estudadas apresentaram potencial de resistência térmica, podendo ser uma alternativa para as que estão no mercado. Agora, investigações mais aprofundadas estão sendo realizadas para caracterizar essas enzimas.
Segundo o professor Alberdan, o projeto, que conta com recursos da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa), busca a produção do bioetanol de mandioca para diversas aplicações, não necessariamente a fabricação de biocombustível. “O álcool que estamos produzindo poderá ser direcionado, ou para a indústria de biocombustíveis, ou para a indústria de cosméticos”, explica.
“Nossa proposta é promover educação ambiental, melhorar a qualidade da indústria de farinha de fécula de mandioca e minimizar o impacto ambiental nas zonas ribeirinhas próximas das unidades de produção de farinha no Estado do Pará. O grande volume de rejeito da mandioca é um problema ambiental para as margens dos rios e para a qualidade da farinha paraense. Por isso, buscamos organizar as coletas dos resíduos e encontrar alternativas de uso para os mesmos”, ressalta o Prof. Alberdan.
Embora o Pará seja o maior estado produtor de mandioca do país, respondendo por um quinto (20,3%) da produção nacional, o projeto da UFPA não tem como objetivo competir com o etanol da cana-de-açúcar. Visa-se em primeira instância a criação de alternativas energéticas, as quais estejam comprometidas com a melhora na qualidade de vida da população local. “Nossa intenção não é criar competição, até porque isto seria impossível.
A ideia é, no futuro, promover a organização de um grupo de pequenos produtores, viabilizando a coleta do rejeito, seguido de seu transporte, logística e disponibilização em um único ponto. Esse processo demanda treinamento e educação ambiental dos produtores, o que irá incluir profissionais de diversas áreas, como Educação, Meio Ambiente, Antropologia, Sociologia, entre outras. Se este projeto se estabelecer e nós conseguirmos dar continuidade obtendo os resultados que queremos obter, não tenho dúvidas que será um marco no Estado do Pará e um ganho incomensurável para toda a população ribeirinha, além de se poder estender para outros Estados do Brasil”, conclui o Prof. Alberdan.
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