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A oferta pública de aquisição lançada pela Romi, fabricante de máquinas e equipamentos que atua no mercado brasileiro de injetoras e sopradoras de plástico, aos acionistas da americana Hardinge continua esbarrando no conselho de administração da empresa-alvo. Ontem, carta assinada pelo presidente da brasileira, Livaldo Aguiar dos Santos, foi encaminhada a conselheiros da Hardinge em mais uma tentativa de acesso a informações financeiras que podem levar à revisão, para cima, do preço por ação oferecido na OPA, de US$ 8. Desde que protocolou a operação na SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos, em 30 de março, a Romi indica que está aberta a, eventualmente, melhorar sua proposta.
De acordo com Santos, acionistas da Hardinge demonstraram intenção de vender seus papéis na operação, aberta até 10 de maio. Mas indicaram que o valor proposto não corresponderia ao preço justo. Para reavaliar sua oferta, a companhia brasileira diz que é preciso realizar uma auditoria financeira (due diligence) "rápida e focada". "Nosso modelo, que leva em conta informações públicas, indica que US$ 8 é justo. Mas queremos ter acesso a outros dados financeiros que podem até levar à melhora do preço", ressalta Santos. Desde o fim do ano passado, quando teve início a aproximação da Romi, a direção da Hardinge não se manifestou sobre a abertura de informações financeiras e, por duas vezes, rejeitou publicamente a oferta da brasileira.
"Os acionistas estão conscientes de que a indústria, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, passou por uma grande transformação e que as sinergias são muito importantes", afirma Santos. Atualmente, dois terços do faturamento da Hardinge são gerados naquelas regiões.
Para a Romi, a aquisição da empresa americana, que fabrica tornos, centros de usinagem e retificadoras, é importante sobretudo por abrir portas no mercado asiático, que hoje responde por apenas 2% das vendas da brasileira. Com a Hardinge, essa fatia subiria a 12%. Além da resistência do conselho de administração, a Romi enfrenta a inclusão de uma pílula de veneno no estatuto da americana, que tem de ser derrubada para que a OPA seja válida. Se concretizada a operação a US$ 8, o negócio poderá movimentar US$ 92 milhões.
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