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Foto: Divulgação
As importações de automóveis de passageiros surpreenderam o governo ao crescer, na média diária, 83,4% no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2009. Os desembarques subiram de R$ 296,3 milhões para R$ 517,5 milhões. Essa compra maciça de veículos contribuiu para que o volume total de produtos importados pelo Brasil batesse o recorde em meses de janeiro, no valor de R$ 573,6 milhões diários. No segmento automotivo, houve uma queda de 17,2% em relação a dezembro, quando o consumo de carros estrangeiros virou um frenesi. Do último mês de 2009 para o primeiro de 2010, as vendas dos modelos fabricados no país também encolheram. Segundo fontes ligadas às montadoras, a contração foi de 27,4%, em contraposição à alta de 6,8% ante janeiro do ano passado.
O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, atribuiu a expansão das importações de carros à força do real frente ao dólar, ao preço favorável dos importados e ao próprio crescimento da economia brasileira. “Todo mundo quer vender para o Brasil. O dólar baixo também ajuda a elevar as compras dos bens de consumo, que subiram 37,2% em relação a janeiro de 2009”, disse ontem ao comentar os números da balança comercial. Barral rejeitou a hipótese de o forte interesse por automóveis fabricados fora possa decorrer da má qualidade dos equivalentes nacionais. “Os carros brasileiros têm qualidade”, garantiu. Barral tem um Xsara Picasso, de origem francesa fabricado no Rio de Janeiro.
Deficit
Com a contribuição dos automóveis, as importações em janeiro foram de US$ 11,471 bilhões, superando as exportações de US$ 11,305 bilhões. O ano da consolidação da recuperação econômica começou com um deficit comercial de US$ 166 milhões, bem menor do que o resultado negativo de US$ 529 milhões em janeiro de 2009, no auge da crise internacional. As vendas externas cresceram 21,3%, voltando ao ritmo de expansão pré-crise. O destaque foi o embarque de petróleo e derivados para países como Estados Unidos e China, no valor de US$ 1,014 bilhão e com crescimento de 193,9%. Excluído esse fator, os embarques teriam crescido 10,3%, o que condiz com o ritmo esperado pelo governo até o fim do ano.
“Janeiro de 2009 foi um mês horrível. Ainda assim, o ano começou bem mais promissor por causa da recuperação de mercados importantes, como o dos Estados Unidos”, disse Barral. As vendas para os EUA, que haviam caído 40% com a crise, subiram 23%. O país voltou a tomar o número 1 no ranking dos parceiros comerciais, com importações de produtos brasileiros no valor de US$ 1,369 bilhão e exportações de US$ 1,691 bilhão. A China, campeã do ano passado, voltou para o segundo lugar com US$ 1,127 bilhão e US$ 1,606 bilhão respectivamente. As vendas para a Índia cresceram 216,5% .
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